Situação da Amazônia promove boicote de grandes empresas inglesas

21/05/2020

Um relatório da HRW (Human Rights Watch) mostra que apesar da aplicação de milhares de multas em razão da devastação da amazônia, por parte dos agentes ambientais, que trabalham sem apoio, muitas das vezes expondo-se a riscos. Um decreto assinado pelo presidente em abril de 2019 e os novos procedimentos adotados pelo ministro Ricardo Salles, paralisaram todos os processos administrativos emitidos. Maria Laura Canineu diretora da HRW, disse que. "As violentas redes criminosas que destroem a floresta amazônica e o direito dos brasileiros a um meio ambiente saudável não serão dissuadidas por multas que, na prática, não precisam pagar". Os agentes ambientais sentem-se desprestigiados e veem seus esforços sabotados pelo governo, já que o novo decreto protege membros de redes criminosas envolvidas no desmatamento ilegal das sanções por infrações ambientais do Brasil. Segundo a versão do Ibama, as multas continuam sendo aplicadas e que "devido a um processo de informatização e definição de novo software, essas multas temporariamente não aparecem no sistema conjunto do Ibama e do ICMBio". Enquanto esse temporário não se define, a degradação amazônica só cresce. Por conta disso, as maiores redes supermercadistas da Inglaterra ameaçam boicotar a importação e comercialização de produtos brasileiros. Em uma carta aberta aos congressistas brasileiros o grupo de empresários se refere a Bolsonaro como como "um chefe de Estado, cético em relação ao consenso científico sobre as mudanças climáticas" e que "nada tem feito para desencorajar a exploração da floresta amazônica para agricultura ou mineração, pelo contrário". Em outro trecho da carta escrevem "Se a medida for adotada, promoveria ainda mais a apropriação de terras e o desmatamento em larga escala, comprometendo a sobrevivência da Amazônia" dizem em outro trecho da carta. "Acreditamos que também comprometeria a capacidade de empresas como as nossas de continuar comprando do Brasil no futuro". A carta cita a MP 910, que prevê a regularização de assentamentos informais ou ilegais existentes em terras da União. Um passaporte para a tornar a grilagem oficial no país. O documento chega assinado por redes como Tesco, J Sainsbury, Marks & Spencer, além de empresas alimentícias como Burger King UK e fundos de pensão e de gestão de investimentos .