Rendendo dividendos negativos

05/06/2020

Revelações do presidente na reunião '22', que mantém um serviço de informação particular, que funciona melhor que os oficiais, continua a render dividendos negativos. No encontro Bolsonaro fez críticas especialmente a Abin, a PF e aos sistemas de informação das forças armadas. "Sistemas de informações: o meu funciona. O meu, particular, funciona", disse na reunião. "Prefiro não ter informação do que ser desinformado por sistema de informações que eu tenho". Em um de seus recentes encontros no cercadinho na portaria do Palácio da Alvorada, Bolsonaro confirmou que teve informações privilegiadas, que algo estava "sendo armado" contra ele e sua família, a tempo de montar uma ofensiva. Bolsonaro estaria recebendo informações via whatsapp e separando as que precisavam ser checadas e as que precisavam ser cobrada informações às respectivas pastas. Ele encaminha as mensagens diretamente para ministros e auxiliares. "Descubro muitas coisas, que lamentavelmente não descubro via inteligência oficial, que é a PF, a Marinha, a Aeronáutica e a Abin", disse Bolsonaro em entrevista. Desde ainda deputado Bolsonaro já recebia informações com a ajuda do vereador Carlos Bolsonaro, agora conta com assessores do gabinete presidencial. A capilaridade da rede do presidente é tão complexa que permite, inclusive, que ele receba simultaneamente informações muito semelhantes às que chegam às mesas dos governadores oposicionistas do Rio, Wilson Witzel, e de São Paulo, João Doria, de suas respectivas seções de inteligência das polícias, as P-2.