A matemática é uma ciência exata?

07/06/2020

A todo instante aparece em debates sobre a política nacional, um número de 30%, que seria o número de apoiadores que Bolsonaro teria, e trata-se isso como se fosse um FATO. Essa história surgiu com uma frase do publicitário Duda Mendonça às vésperas da eleição de 2002, ele dizia à época, "existem três tipos de gente no Brasil, cada um correspondendo a um terço da população: os que gostavam do PT, os que eram contra e os que ficavam no meio, sem gostar ou desgostar". Parecia ser uma grande verdade, dita de maneira simples.só que nunca foi propriamente uma verdade. No caso do presidente Bolsonaro, ao se eleger o capitão detinha sim 30% de aprovação, segundo o Datafolha, em dezembro de 2018, 65% tinham expectativas favoráveis e apenas 12% desfavoráveis a respeito do que seria o governo. Já no primeiro mês em menos de 30 dias no cargo, uma pesquisa realizada pela empresa Ipespe/XP apontava que o presidente já perdia aprovação e caiu de 60% para 40%, enquanto a reprovação quase dobrou subindo para 20%. Em dezembro de 2019, concluindo o primeiro ano de governo, esses números se reverteram a avaliação negativa havia subido para 39% e a positiva caído para 32%. Nos primeiros cinco meses deste ano a Ipespe/XP realizou uma nova pesquisa, enquanto a reprovação ao governo subiu para 50%, o número dos que aprovaram passou de 32% em dezembro 2018 para 26%. E para os que possam dizer que a Ipespe/XP e esquerdista comunista, um conjunto de várias outras pesquisas, apontam na mesma direção. A pesquisa Atlas: 58% reprovação/ 23 de aprovação; Forum: 39% reprovação/26% aprovação; Quaest: 49% reprovação/ 19% aprovação. Estas pesquisam apontam que o presidente tenha hoje uma parte do eleitorado que varia entre 8% e 12% da população, aqueles que o admiram, comungam com suas ideias (?) e o defendem. Começou com mais de o dobro disso, mas foi perdendo apoio à medida de seu fracasso como presidente e sua incapacidade de representá-las. O que já vinha se desenhando pela desastrosa condução do desastre na Amazônia, ficou mais evidente agora com a pandemia do coronavirus. Sua atuação tem sido vista como catastrófica e uma vergonha para o Brasil, em todo o mundo, inclusive por seu ídolo e aliado (?) Donald Trump, presidente dos EUA. Muitos o aprovaram apenas porque achavam cedo para desaprová-lo, só que o tempo foi seu aliado e ao mesmo tempo adversário, pois sua incapacidade e defeitos vão ficando mais evidentes a cada dia. Os 30% do capitão desceu pelo ralo, Bolsonaro até pode manter seus hipotéticos 30% de apoio, mas hoje não venceria uma eleição majoritária. Se a matemática é uma ciência exata, isso é um FATO.