Um nó difícil de desatar

07/06/2020

A a defesa do presidente Jair Bolsonaro pede que as provas e informações levantadas pelo inquérito que apura fake news e ataques contra o Supremo Tribunal Federal (STF) não seja incluídas em ações que investigam supostas irregularidades na chapa vencedora das eleições de 2018. E tem motivos para isso, o empresário Otávio Fakhoury, intimado a depor no inquérito das fake news conduzido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), admitiu que financiava os atos a favor do governo de Jair Bolsonaro, que também fizeram ataques ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal. De acordo com Fakhoury, todas as suas doações de campanha foram oficiais, com recibo e declaradas ao TSE e nega ter investido no impulsionamento de publicações nas rede. Entretanto reportagem da Revista Piauí aponta que foi Fakhoury quem sugeriu a publicação de conteúdos falsos sobre Fernando Haddad (PT) nas redes sociais durante as eleições. "Podíamos disparar mentiras, tipo 'Haddad é o pai do kit gay'", sugeriu numa reunião com apoiadores da campanha de Bolsonaro. Sua sugestão foi logo seguida e a Fake News foi disparada. Bolsonaro e o vice-presidente, Hamilton Mourão, responderam a Corte eleitoral por determinação do ministro Og Fernandes, relator das ações de investigação eleitoral. O magistrado havia concedido prazo de três dias para resposta do Executivo. Agora o Ministério Público Eleitoral deve se posicionar e quando o processo estiver concluído, Og pode remeter ao plenário do TSE, para julgamento. O ministro Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, é quem decide os assuntos que vão para avaliação do plenário, o que pode correr ainda neste mês. Mesmo que o TSE investigue se houve disparos em massa de mensagens nas redes sociais para impulsionar a campanha pela Presidência, sua defesa alega que não existe correlação com os fatos investigados nas duas cortes, e por isso, não existe fundamento no compartilhamento dos autos. Lembrando que em caso de condenação pelo TSE, a cassação da chapa e destituição dos eleitos e imediata, diferente do processo de impeachment movido pela Câmara ou pelo STF..