TCU encontra irregularidades na apresentação dos gastos do primeiro ano da presidência

11/06/2020

De acordo com fontes do TCU, auditores do órgão encontraram irregularidades na apresentação dos gastos do primeiro ano de gestão do presidente Bolsonaro. A expectativa é que essas contas sejam aprovadas com ressalvas. Uma das irregularidades encontradas foi a transferência de despesas de ministérios para estatais, uma maneira de contornar as regras de teto de gastos e o uso não técnico de distribuição das verbas oficiais de publicidade. Até agora, a irregularidade mais grave encontrada, está no ministério da Defesa, a pasta direcionou recursos para a empresa Emgeprom a título de "aumento de capital". A Emgeprom e uma estatal subordinada os ministério da Marinha. Com esses recursos a empresa teria adquirido embarcações para equipar a base de pesquisa na Antártida. Caso as embarcações tivesse sido comprada pelos meios oficiais, a pasta teria que desembolsar R$ 7.6 bilhões como despesas em seu balanço, com impacto no teto de gastos e no resultado fiscal da União. A manobra vai de encontro à emenda constitucional 95, que impede desde 2016, a execução de gastos públicos de uma pasta por meio de estatais. Também foram registrados aumentos de capital na Infraero e Telebrás. O ministro do TCU afirma que "o dilema que se impõe é que, se outras estatais passarem a ser utilizadas com o mesmo propósito, instituindo mecanismo corriqueiro de terceirização de despesas da Administração Direta, teremos, na prática, a completa inefetividade do Teto de Gastos como medida de prevenção ao crescimento desordenado dos gastos do Estado".