Ex vendedor de frutas baiano é esperança de vacina contra coronavírus

02/05/2020

A bala de prata para combater o novo coronavírus, pode sair das mãos de um baiano, Natural de Creguenhem, povoado na zona rural da cidade, ele só concluiu o ensino fundamental aos 21 anos e cresceu vendendo frutas na feira de Tucano. Hoje, aos 38, é responsável por chefiar a pesquisa para desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus no Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da USP. O imunologista Gustavo Cabral e graduado em ciências biológicas pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb), com mestrado em imunologia na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, um doutorado na USP e um pós-doutorado em Oxford, na Inglaterra, e em Berna, na Suíça, onde estudou imunologia aplicada à vacina. A convite de Jorge Kalil, referência em pesquisas de vacinas. Cabral chegou a quatro meses e já está adaptando sua metodologia de trabalho para focar no coronavírus, já que vinha de uma série de estudos sobre a chikungunya e estreptococos. Por seu conhecimento dos mais diversos vírus e experiência em combate-los, Cabral chega como uma esperança. "À princípio, imaginei que o vírus se concentraria na China, já que existe um sistema de vigilância global. Foi o que aconteceu com o ebola, por exemplo, que não se espalhou. Quando, em fevereiro, às vésperas do Carnaval, o vírus continuava se expandido, pensei 'agora, ferrou", diz ele, em bom baianês. Agora, Cabral e sua equipe trabalham incessantemente para desenvolver uma vacina contra o coronavírus no Brasil. É nessa hora que se vê como o investimento em ciência e pesquisa pode fazer a diferença.