Dados confirmam a maioria das internações decorrentes do novo coronavírus tem sido de pessoas entre 30 e 49 anos

06/05/2020

Defensores do isolamento vertical, não deixam de repetir que se a pessoa não estiver no grupo de risco, deve voltar ao trabalho. É bem provável, que umas poucas pessoas estejam gostando desse situação de ócio, mais a grande maioria aguarda ansiosa a volta à normalidade. Entretanto ao se falar em grupo de risco fica uma grande dúvida. A pneumologista Margareth Dalcolmo que participou de um estudo elaborado por vários outros especialistas da Fiocruz diz que a maioria das internações decorrentes do novo coronavírus tem sido de pessoas entre 30 e 49 anos. "Não estamos falando de casos leves ou assintomáticos. Nos referimos a pessoas que adoeceram com gravidade e engrossaram a triste estatística de casos confirmados. E casos confirmados em nosso país, sem testes e com altíssima subnotificação, são os mortos e os internados em hospitais com um quadro grave da Covid-19". Apesar do número de mortes ainda ser maior entre pessoas acima de 60 anos (85%) o que a tendência mundial. No país os óbitos de pessoas com até 50 anos supera o registrado em vários outros países como Estados Unidos, Itália e Espanha. O levantamento aponta que 7% das pessoas que vieram a falecer devido a complicações causadas pela Covid-19 tinham entre 40 e 50 anos. Outros 3,9% estavam situados na faixa etária entre 20 e 39 anos. Por ter uma defesa imunológica maior, os mais jovens morrem menos, mais não dá para criar uma falsa estatística de grupo de risco. Isso porque se o contágio for maior os riscos também serão, sem falar que mesmo com a defesa maior eles podem conduzir o vírus até suas casas. E isso não é achismo. "A despeito do número de óbitos ser maior nas idades mais avançadas, existe um significativo percentual de jovens sendo internados" afirma Alves, que também é especialista em modelagem computacional e líder do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo. A situação está grave demais. Muita gente ainda não entendeu que o distanciamento social é a única maneira opção que temos para conter o coronavírus