Todos os governos sérios estão ampliando o prazo do isolamento social

05/04/2020

O governo dá sinais que está determinado a pôr fim no isolamento social, na próxima semana. Contrariando as recomendações do ministério da Saúde e das autoridades de saúde internacionais. Mesmo diante dos números crescente de vítimas fatais o presidente continua a minimizar os efeitos do coronavírus, segundo ele "considera essencial toda atividade exercida pelo homem ou mulher que seja indispensável para levar o pão de cada dia pra casa", mas que se sente ameaçado por "todos os lados" por defender o direito do brasileiro de voltar ao trabalho". Diz que já está pronto em sua mesa um decreto, determinando o fim da quarentena, o documento não tem nenhum amparo técnico sequer, nem mesmo o apoio da população já que a maioria é a favor da ação. O presidente, está se tornando o inimigo público número um da ciência mundial, quando relativiza a maior crise que o mundo enfrenta nas mais recentes décadas. Na Espanha o presidente Pedro Sánchez já decidiu prorrogar a vigência da quarentena até maio. Na Itália o chefe da Defesa Civil italiana, Angelo Borrelli, anunciou nesta sexta-feira (3) que o confinamento no país será prorrogado, no mínimo, para até 2 de maio. O isolamento no país começou no dia 9 de março, com a suspensão de aulas e de serviços não essenciais, com previsão de término para o dia 13 de abril. Na Rússia o presidente Vladimir Putin, declarou que apesar de todos os esforços das autoridades, até o momento ainda não foi possível "reverter a situação" das infecções por coronavírus em Moscou. Mas garantiu que, até agora, foi possível "proteger as pessoas mais velhas de uma ameaça séria" e evitar um surto "em jardins de infância e escolas, universidades e outras instituições de ensino", com o isolamento social e por isso ele deverá ser prorrogado no país. Esse fato que atingiu, no continente asiático, da Itália inteira à Índia, passando pela Espanha, França, Reino Unido e uma parte considerável dos Estados Unidos e da América Latina, colocou três bilhões de pessoas quietas e trancadas. Sem nenhuma ação coordenada, foi decretada uma ação coletiva semelhante, cada país, estado, município ao seu modo ao seu ritmo, infelizmente sem levar em consideração os acertos dos outros, pelo contrário, repetindo seus erros. Como o que pretende o presidente Bolsonaro, que por ciúme ou outro motivo qualquer, quer cometer o erro do seu ídolo Donald Trump , que transformou os EUA o novo epicentro da crise. Diante de crise, os profissionais da saúde lutam pelas vidas dos doentes, os pesquisadores correm contra o relógio atrás de uma vacina ou tratamento eficaz, enquanto os políticos seguem vendo eleitores no lugar de seres humanos e vivem o dilema da preservação da vida e da saúde pública, ou a sobrevivência da economia e a preservação de seus cargos. Quanto mais durarem os confinamentos, mais probabilidades de atenuar a pandemia, mas também, é grande as chances de uma depressão econômica. O que incita uma competição entre os modelos políticos de direita, centro ou esquerda. Nesse momento será decisiva a capacidade dos Governos para resolver a epidemia e evitar consequências econômicas muito graves. O que temos certeza é que a impotência dos governos fará prosperar os populistas.