Testes com cloroquina são paralisados em volta do mundo

26/05/2020

Os pesquisadores do Hospital Raymond Poincare, na França, solicitaram que fosse retirada do ar a pré-publicação de um estudo que fizeram e apontava que o tratamento com hidroxicloroquina e azitromicina é eficaz para reduzir o número de mortes por covid-19. O artigo estava sendo usado por defensores do medicamento para rebater as n pesquisas que mostram que a droga não funciona. A equipe liderada pelo médico francês Benjamin Davido foi uma das primeiras a defender o uso do medicamento para combater o novo coronavírus. O trabalho foi bastante questionável, por ter sido realizado por curto período e com um pequeno número de pesquisados. Além disso a pesquisa não dispõe de certificado pela revisão de pares, ou seja, não foi avaliado por outros cientistas. O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, anunciou que a entidade também está suspendendo os testes feitos com a droga hidroxicloroquina no enfrentamento à pandemia resultante do novo coronavírus. Ghebreyesus disse que as pesquisas seguirão suspensas até que a segurança do medicamento seja avaliada em detalhes. ." A decisão dos cientistas franceses e da OMS, veio após o maior estudo feito com a hidroxicloroquina até o momento comprovar que o medicamento não é eficaz para tratar a covid-19 e ainda aumenta o risco de morte em pacientes infectados com coronavírus. Publicado no último dia 22 na conceituada revista médica The Lancet, o estudo avaliou mais de 96 mil pacientes. Desses, 14.888 receberam hidroxicloroquina ou cloroquina (com ou sem antibiótico) e 81.144 pessoas não passaram por nenhum dos tratamentos. A conclusão foi que o uso desses dois medicamentos não combateu o coronavírus e aumentou o risco de morte por problemas cardíacos.