Pesquisa mostra que isolamento trouxe resultados 

05/05/2020

O engenheiro Maurício Feo, doutor em física de partículas em Genebra, na Suíça, fez um estudo que aponta que "O Brasil não está mais seguindo uma curva exponencial perfeita. O crescimento exponencial é aquele em que o valor inicial de um evento é multiplicado por um mesmo número a cada período de tempo. Ao longo do tempo, este crescimento alcança valores assustadores quando comparado com o valor que se tinha inicialmente. Feo explica que ao afirmar que o coronavírus não está mais seguindo uma curva exponencial perfeita, é o mesmo que dizer que o vírus não está se espalhando na proporção que era esperada inicialmente. E declara veemente "algo interferiu no crescimento e causou uma mudança positiva". Por exclusão, como ainda não temos uma vacina contra a Covid-19, Feo atribui ao isolamento social e medidas de quarentena adotadas pelos estados como o fator capaz de frear o crescimento de novos infectados. "Mas a história poderia ter sido diferente se nada tivesse feito", afirma o engenheiro. Entretanto Feo lembra, que como a pesquisa foi realizada tendo por base os dados do ministério da Saúde, podem não representar a realidade. Mais conclui dizendo "Mesmo que os números não representem a realidade absoluta do Brasil, o que importa é mostrar o formato da curva ao longo do tempo". O médico infectologista Caio Rosenthal, e o O epidemiologista Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da USP, concordam que o isolamento social é uma medida eficaz para conter a disseminação do coronavírus, e que precisa ser radicalizada em todo o Brasil, fechando as fronteiras das capitais mais afetadas pela pandemia. "Não se deve flexibilizar a quarentena agora. Pelo contrário, se a gente não fizer um lockdown imediatamente, o Brasil vai ser um dos campeões no mundo em mortes por coronavírus", defende o infectologista Rosenthal.  "O vírus não respeita limite estadual, não respeita fronteiras. Não adianta um estado adotar quarentena e outro flexibilizar, como fez Santa Catarina. As medidas de hoje no estado catarinense vai impactar todos os estados vizinhos e até a Argentina. Não vejo outra saída a não ser um lockdown geral. Precisamos de uma política geral de saúde para o país", completa o epidemiologista Lotufo. Com a palavra nosso ministro da Saúde Nelson Teich