Porque sem juízes independentes jamais haverá cidadãos livres neste país.”

18/06/2020

Depois de ouvir as declarações do presidente de que estaria "sendo complacente demais", em relação às ações do STF. O ministro Celso de Mello rebateu e classificou as declarações.É "inconcebível", que ainda exista, no íntimo do aparelho de estado do país um resíduo de autoritarismo que "insiste em proclamar que poderá desrespeitar, segundo sua própria vontade arbitrária, decisões judiciais". A troca de farpas é motivada pela abertura de inquérito sobre as fakes news. O ministro elogiou discurso em que a ministra Cármen Lúcia, presidente da Turma, afirmou que a ação de "uns poucos" não instalará "temor ou fraqueza" nos integrantes da magistratura brasileira. O ministro, que é o decano da Corte, disse ainda que é "essencial relembrar a cada momento das lições da história, cuja advertência é implacável". Citando o ex-ministro Aliomar Baleeiro, Celso de Mello afirmou que "enquanto houver cidadãos dispostos a submeter ao arbítrio, sempre haverá vocação de ditadores". E defendeu a necessidade de "resistir" usando ferramentas previstas na Constituição. Celso de Mello, disse ser preciso resistir, mas resistir com as armas legítimas da Constituição e das leis do estado brasileiro e reconhecer na intendência da Suprema Corte, como salientava o saudoso ministro Aliomar Baleeiro, a sentinela de liberdades". "Porque sem juízes independentes jamais haverá cidadãos livres neste país."