Não fique desinformado

14/06/2020

Os maiores inimigos da população nesse momento de crise são sem dúvida desinformação ou a informação falsa, ambas podem trazer sérias consequências. Uma foi compartilhada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República afirmava que a hidroxicloroquina seria o tratamento mais eficaz "atualmente disponível" contra o coronavírus segundo uma pesquisa com médicos de 30 países. A postagem citava como fonte de informação o site Sermo, uma comunidade virtual que reúne médicos de vários países. Em uma de suas atualizações em maio a hidroxicloroquina aparecia na 9ª posição entre os tratamentos mais eficazes apontados pelos médicos consultados para pacientes com Covid-19 fora do hospital e na 17ª posição entre os tratamentos mais eficazes para pacientes com Covid-19 tanto em grau moderado no hospital como na UTI. Entretanto a eficácia de cada medicamento era baseada na percepção dos profissionais, e não em dados clínicos ou exames. Conhecemos alguns casos que pessoas inclusive médicos, que fizeram uso do tratamento com a hidroxicloroquina e se recuperaram, como uma grande maioria dos recuperados conforme boletim do próprio ministério da Saúde, que mesmo sem ter acesso ao medicamento também se recuperaram. Permanece os resultados de que NÃO existe nenhuma evidência científica que comprove que o medicamento seja eficaz, por outro lado existem fartas evidências na literatura científica dos efeitos colaterais do uso da substância. Ao ser confrontada sobre o compartilhamento da informação , a Secom disse que os dados, na verdade, se referiam a março. Mas o tuíte foi apagado da rede social. O problema no uso da cloroquina não está nem na falta de comprovação científica de sua eficácia, e sim pela farta comprovação dos efeitos colaterais que podem levar a óbito.