Reunião surpresa tenta pressionar STF 

08/05/2020

O ministro Dias Toffoli presidente do STF e todo o Supremo não tiveram como não se irritar com o que eles denominaram "reunião circo" promovido pelo Palácio do Planalto na manhã de ontem (7) na sede do Supremo Tribunal Federal. O presidente atravessou a Praça dos Três Poderes, acompanhado por 15 empresários e alguns ministros liderados por Paulo Guedes, para uma reunião fora da agenda oficial, na sede do STF. O objetivo era pressionar a corte a retirar o poder dos estados e municípios de gerir as as medidas de combate à pandemia do novo coronavírus, e forçar o fim do isolamento social, empresários chegaram a falar em morte de CNPJs. Além da reunião extraordinária, os ministros foram surpreendidos com a transmissão ao vivo da reunião pelas redes sociais de Jair Bolsonaro, que não foi combinada. Em resposta às pressões Toffoli disse que o governo federal precisa dialogar com governadores e prefeitos e que deve coordenar as ações com eles. Ao comentar a reunião com apoiadores no portão do Palácio da Alvorada Bolsonaro disse "Estou fazendo o possível para o comércio voltar à normalidade. Hoje estive reunido com empresários que representam 45% do PIB, representam 30 milhões de empregos, eles falando que estão caminhando para o colapso, ou seja, demissões em massa e a economia não recupera mais, vira um caos o Brasil. Fomos ao Supremo Tribunal para que os ministros e o presidente, ouvisse a voz desses empresários. Obviamente ele [Toffoli] vai transmitir isso a seus pares porque parte da responsabilidade disso tudo também é deles, do Supremo Tribunal Federal". Ele afirmou que parte do caos econômico que vive o Brasil também é responsabilidade dos ministros do Supremo. Novamente o presidente tenta colocar a população contra o STF, sem assumir que em seu primeiro ano de governo, antes da pandemia se instalar no país nada havia sido feito por seu governo para gerar emprego e renda para população, fato que hoje ele quer colocar na conta da covid-19.