Merece um Oscar pela interpretação

17/01/2020

Ontem durante seu encontro com a imprensa o presidente, mais uma vez mostrou que não entende nada de administração pública, mas é um grande estrategistas. Quando partir para o ataque não resolve ele então se vitimiza. De acordo com jornalistas que cobrem o dia a dia do governo, no encontro Bolsonaro estava com a voz chorosa e visivelmente emocionado ao declarar que considera um fardo ocupar a Presidência da República. Se centrado é difícil compreender suas declarações, emocionado... "Não queira estar no meu lugar. Sabia que ia ser difícil, mas temos aqui uma prova viva que devemos lutar pelos nossos filhos", disse ele, em referência aos jovens venezuelanos que visitaram nesta tarde o Palácio do Planalto e fizeram uma apresentação musical. "Não queiram estar no meu lugar. Lá atrás, os últimos presidentes gostavam muito de pobre. Estavam transformando o Brasil em um país de pobres. Iguais", acrescentou. Bolsonaro ainda afirmou que foi "quase por um milagre o Brasil conseguiu mudar o seu governo", mas admitiu que "não é fácil manter a linha que nós queremos manter com tanta oposição". Segundo ele, "alguns reclamam o tempo todo" e mesmo brasileiros teoricamente simpáticos ao governo "querem que a gente mude o país de um ano para o outro", tudo isso entre pausa emocionadas e olhos lacrimejantes. A figura de um presidente sensível.

O que dizer? O brasileiro está entre os povos mais sensíveis do mundo, entretanto temos a capacidade de pensar, "embora pensem o contrário". Ninguém que não sabe nadar, se lança ao mar, e mesmo quando se sabe (com mais de duas décadas de experiência), precisa conhecer a profundidade. Temos certeza que o presidente não se lançou neste nado sem esses conhecimentos. Os que reclamam presidente, querem que alguma coisa seja feita. Diferente do congresso, no planalto o senhor terá sim que fazer muitas coisas. Essa história de "minha vida quase acabou" nos poupe. Logo depois do teatro, a máscara caiu e o presidente volta a insultar a imprensa "toma vergonha na cara" e emendou: "a nossa imprensa tem medo da verdade. Deturpam o tempo todo. Mentem descaradamente. Trabalham contra a democracia, como o livro dessa japonesa, que eu não sei o que faz no Brasil." se referindo ao livro Tormenta - o governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos", que conta os podres do primeiro ano de governo. Escrito por Thaís Oyama, brasileira nata.