86 declarações do Presidente foram falsas ou imprecisas uma a cada quatro dias 

07/11/2019

Credibilidade é tudo, a imprensa tem sido alvo de constantes ataques com o objetivo de desqualificar as informações que divulgamos. É óbvio que sempre vão existir maus profissionais em todas as profissões, assim como existe muitos maus políticos. Entretanto o que dizer do presidente. Ele usou as redes sociais nesta quarta-feira (6) para afirmar que as empresas Honda, L'Oreal e MWM estariam fechando suas fábricas na Argentina e transferindo suas atividades para o Brasil. Bolsonaro, porém, apagou a postagem rapidamente, quase ao mesmo tempo em que a Honda e a L'Oreal desmentiram o anúncio feito por ele. "MWM, fábrica de motores americanos, a Honda, gigante de automóveis, e a L'Óreal, anunciaram o fechamento de suas fábricas na Argentina e instalação no Brasil. A nova confiabilidade do investidor vem para gerar mais empregos e maior giro econômico em nosso país", disse Bolsonaro na postagem que foi apagada. De acordo com reportagem da agência Sputnik, a Honda disse ao portal Infobae que "não fechará sua fábrica na Argentina, e manterá suas operações como previsto, a partir de 2020, concentrando a produção na linha de motos". A L'Oreal também não confirmou o fechamento de sua indústria no país como anunciado por Bolsonaro. Já a fabricante de motores norte-americana MWM, que fechou sua fábrica de construção de motores a diesel na cidade argentina de Jesús María, justificou ser devido à redução na demanda local pelos seus equipamentos, não confirmou que pretende se instalar no Brasil. Seus mais fiéis defensores vão dizer que isso é normal.

O que não pode ser taxado como normal é que, a cada quatro dias o presidente dá uma declaração falsa ou no mínimo imprecisa. A coisa é tão bizarra que uma ferramenta digital foi desenvolvida para reunir e filtrar suas declarações o "Bolsonômetro". Até agora já foram checadas 86 declarações, feitas em discursos, postagens e transmissões ao vivo e entrevistas. O levantamento apontou declarações fora da realidade como por exemplo "a floresta não está pegando fogo como o pessoal está dizendo" e que o "clima seco e os ventos favorecem queimadas espontâneas e criminosas". Nesse caso, a realidade vinda de uma fontes de muita credibilidade como o próprio órgão do governo o Inpe diz. O número de incêndios registrados entre janeiro e agosto deste ano foi o maior em nove anos, enquanto a estiagem foi mais branda do que em anos anteriores. E ainda questiona a credibilidade da nossa premiadíssima imprensa nacional. É isso?