Intimidação de testemunha

03/11/2019

E se não bastasse a obstrução à justiça admitida, agora também existe a possibilidade de intimidação de testemunha, colocando os órgãos de segurança estatais para atender os interesses do presidente, ele mesmo afirmou "A Polícia Federal, com o assessoramento do MP Federal na seção do Rio de Janeiro, vamos ouvir o porteiro, vamos ouvir o delegado, que é amiguinho do governador {Wilson Witzel]. E, logicamente, nós gostaríamos que o governador participasse". Ele voltou a acusar o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, de ser o responsável pela citação de seu nome no caso do porteiro do seu condomínio, por onde circularam os milicianos que são os principais suspeitos de executar a ex-vereadora Marielle Franco. Ainda em viagem o presidente disse em uma like, que estaria conversando com o ministro Moro para que providências fossem tomadas nesse caso, atendendo a uma ordem de Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, pediu ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que instaura um inquérito em parceria com a Polícia Federal para investigar o depoimento do porteiro que citou o nome do presidente no caso do assassinato de Marielle Franco. Na prática, trata-se de uma tentativa de intimidação. Na justificativa do ministro no ofício enviado ele diz, é possível que o porteiro, que citou o nome do presidente em depoimento, tenha "simplesmente se equivocado" ou sido "utilizado inconscientemente por terceiros para essas finalidades". Citação integral do que havia dito o presidente. Tão logo recebeu o ofício, Aras arquivou o documento enviado ao STF pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que informava sobre a existência da menção ao nome de Jair Bolsonaro na investigação e classificou a divulgação do episódio como um "factoide". "O que existe agora é um problema novo, o factoide que gerou um crime contra o presidente", disse o procurador-geral.