Feira de Ciência vira caso de saúde publica em Juiz de Fora

29/11/2019

Desde o último final de semana, Juiz de Fora se tornou palco de uma história bizarra. Alunos que participavam de uma feira de ciências na Escola Municipal Arllete Bastos de Magalhães no Bairro Parque Independência na zona Nordeste da cidade, podem ter provocado a contaminação de colegas, parentes e visitantes da feira. Tudo aconteceu porque entre as estandes da feira uma delas atendia com teste de glicemia capilar que eram realizadas por alunos. O fato gerou uma grande procura ao local, não só pelo fato de ser um teste para medir a concentração de glicose no sangue como também por estar sendo realizado pelos alunos que participavam na feira. O que inicialmente foi uma atração, passou em poucas horas para uma situação desesperadora, isso após a comprovação de que os testes terem sido realizados com compartilhamento das lancetas. Todas as circunstâncias estão sendo apuradas, já que pelo menos dois Boletins de Ocorrências foram registrados pela Polícia Militar, e apontam para 84 pessoas que haviam aferido o nível de glicose no sangue durante o evento e compareceram ao HPS e ao Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids), no Morro da Glória, em busca do coquetel de medicamentos indicado como medida de Profilaxia Pós-Exposição de Risco (PEP). Os usuários tiveram que correr contra o tempo, já que o prazo para a medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV e hepatites virais fazer efeito é de até 72 horas após o contato de risco biológico. A procura tardia aconteceu porque apenas na segunda-feira chegou ao conhecimento da direção da escola que as lancetas utilizadas no exame não haviam sido trocadas a cada uso, como é imprescindível. Informações dão conta de que a atividade chegou a ser realizada pelos próprios discentes sem sequer o acompanhamento de professores. Até o momento, todos os exames realizados nas pessoas que procuram atendimento deram negativo. Outras análises de sangue deverão ser realizadas ao fim do tratamento de quatro semanas e repetidas daqui a três meses. As autoridades de saúde da cidade estão em alerta total. A Prefeitura chegou a criar um comitê de crise para lidar com a situação e vai formalizar uma sindicância para apurar as circunstâncias do uso comum de lancetas e as possíveis responsabilidades do fato. A delegada responsável, Ione Barbosa, informou que as diligências estão em andamento. O momento de tentar permanecer tranquilo e seguir o tratamento.