Massacre de Paraisópolis um crime desenhado

03/12/2019

Não se passou nem um mês, do episódio do deputado que quebrou um quadro que retratava a truculência policial e a sociedade se vê diante de um massacre que tirou a vida de nove jovens na favela Paraisópolis em SP. O comandante da Polícia Militar do estado, coronel Marcelo Vieira Salles, afirmou nesta segunda-feira, 2, que os policiais militares envolvidos na operação, foram afastados do trabalho na rua. Obviamente o ocorrido não reflete as normas de procedimento policial, a ação que levou a morte das nove vítimas, pode sim ser uma fatalidade em decorrência da grande ansiedade que vive os militares em trabalho, especialmente em áreas de risco. O triste é que como área de risco está enquadrada às comunidades carentes, popularmente conhecidas por favelas. Locais que em sua maioria serve de endereço residencial de pessoas de bem. De acordo com o que temos presenciado nas últimas ocorrências envolvendo as Polícias Militares dos estados. Além dos TAFs periódicos que passam os militares, é necessário uma avaliação psicológica urgente nas corporações. O nível de estresse a que estão sendo submetidos esses militares é altíssimo, mas não justificam ações violentas, que o governo teima em tentar justificá-las com a proposta de aprovação da excludente de ilicitude. Segundo o boletim de ocorrência registrado no 89° DP (Portal do Morumbi), as nove mortes são investigadas como suspeitas provocadas em um acidente. Não há registro de que sejam classificadas como Morte Decorrente de Intervenção Policial (MDIP). Mas imagens do local mostram exatamente isso.