Álcool em gel caseiro pode trazer serias sequelas. Cuidado

19/03/2020

Com a falta de álcool gel nos supermercados e farmácia, começaram a bombar nas redes sociais, dezenas de receitas de álcool gel caseiro. Ouvimos especialistas químicos e dermatologistas, para tirar as dúvidas sobre essa situação. A população tem apostado nele para se livrar do coronavírus e a nossa pergunta foi bastante simples. Essas receitas caseiras de álcool gel funcionam? As respostas que recebemos foram. Estas fórmulas não funcionam e ainda podem ser perigosas. Por ainda não se saber as características do vírus, o preparo sem as condições técnicas necessárias pode deixar de ser um instrumento de proteção e causar um efeito contrário, criando portas de entradas como infecções , alergias e erupções cutâneas. O professor titular da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Gerson Pianetti, é enfático na resposta: não funciona e não é recomendado repetir as fórmulas apresentadas nas redes sociais. "O álcool em gel se tornou a estrela da temporada, mas acontece o seguinte: o vírus tem uma capa de gordura. E, para matá-lo, é necessário 'furar' essa capa de gordura. Quando você lava as mãos com o sabonete líquido, com o sabonete em barra e até com shampoo, o vírus é eliminado. O mesmo funciona com o álcool em gel", disse o professor. O especialista explica que o álcool em gel é manipulado em um espaço isento da contaminação de qualquer micro-organismo e que nenhuma receita caseira deve ser reproduzida. "É completamente irresponsável publicar esse tipo de vídeo. Imagine o quanto esse material de cozinha dela pode estar contaminado". No que diz respeito a parte dermatológica o médico dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Lucas Miranda afirma. O primeiro problema dessas receitas está no fato de poder causar danos a pele, o segundo é que estes preparados não seguem as normas adequadas de concentração de álcool, a estabilidade química e o tempo de evaporação do ativo, que são variáveis que impactam diretamente na eficácia do produto. Ainda conclui "Estamos em uma época crítica e seria arriscado demais usar substâncias não comprovadas para evitar propagação da pandemia".