Sub da PGR diz que novo diretor da Funai acha que os índios precisam ser enquadrados e não defende matérias indígenas

24/12/2019

O subprocurador-geral da República, Antônio Carlos Bigonha, que está em seu segundo ano de mandato à frente da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (MPF) - que trata especificamente de populações indígenas e comunidades tradicionais, disse ontem (23) que está perplexo com a condução de Marcelo Augusto Xavier da Silva no comando da Fundação Nacional do Índio (Funai). Com 27 anos de PGR, Bigonha diz ser sem precedentes o que acontece hoje na Fundação. Um presidente de uma autarquia indigenista que não gosta de índio, que não gosta das matérias indígenas, não gosta das pretensões indígenas e acha que o índio tem que ser enquadrado. Isso é um ineditismo mundial. . Essa atual postura ideológica da Funai é completamente incompatível com o estado democrático de direito. De acordo com as posições ideológicas do presidente, indígenas e quilombolas são entraves para o progresso. De acordo com Bigonha esse ponto de vista é equivocado, os indígenas são grandes fiscais, ele estão sempre nos alertando, realizando um trabalho voluntário importantíssimo tanto do ponto de vista da gestão patrimonial, porque são terras da União, tomando conta do que é nosso, quanto da fiscalização ambiental. Sem eles, estaria tudo pior.