Não adianta negar os fatos

14/07/2020

Membros do governo se unem na tentativa de blindar a pasta de Meio Ambiente e seu titular. Entretanto, as pressões estão tornando sua permanência cada vez mais difícil. Enquanto cresce o desastre ambiental na Amazônia o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) denúncia que poderá perder até 20% de seu orçamento para 2021. Caso isso se confirme, ações consideradas não-obrigatórias como fiscalizações poderão deixar de ser realizadas. O Ibama agora em 2020 o órgão tinha um orçamento de R$ 1,75 bilhões, para todas as despesas (fixas - variáveis - não obrigatórias), o que já foi uma redução de 14,8% em relação a 2019. Esse fato se reflete diretamente na deficiência de pessoal, para fiscalização. Em 2010 o órgão dispunha de 1.311 fiscais em atividade, número que caiu até atingir apenas 730 agentes no ano passado. A pergunta que fica é, em um momento de denúncia de aceleração no ritmo de queimadas e desmatamentos da porção brasileira da "Floresta Amazônica", isso de acordo com o sistema do próprio governo o DETER (Detecção do Desmatamento em Tempo Real) do Inpe, que aponta para 1.034 Km² de floresta devastada, 25% a mais em relação a 2019, sem falar dos Fundos internacionais que se evadiram. Fica então a pergunta. Seria hora de cortes no orçamento do órgão? Para provar que preservação com o Bioma da Amazônia e fala vazia, o presidente Bolsonaro exonerou ontem (13), Lubia Vinhas, coordenadora-geral de Observação da Terra do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Na semana passada Lubia foi responsável pela publicação dos dados mostrando o aumento recorde do desmatamento na Amazônia para o mês de junho. O setor "Observação da Terra" do Inpe, monitora a devastação da Amazônia por meio do sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real). Os dados ajudam as equipes de fiscalização a identificar áreas onde pode haver crimes ambientais. Mas atrapalha o negacionismo do governo federal