Enquanto famílias esperam na fila do beneficio, congressistas esvaziam comissão que vai votar a permanência do pagamento do 13º do Bolsa Família

07/02/2020

Em uma medida demagógica ano passado, o presidente editou uma MP instituindo o pagamento de 13º salário sobre o Bolsa Família. No ano passado o benefício foi pago, mas para virar lei a MP precisa ser votado pelo congresso. Entretanto dos 23 deputados que compõem a comissão criada para analisar a proposta, só quatro apareceram na quarta-feira (5). Na terça-feira (4) os trabalhos também foram suspensos por falta de quorum. O relator aponta o interesse do governo de que a medida perca a validade. No ano passado, o governo reduziu o número de famílias contempladas pelo Bolsa Família e pagou o 13º somente para dar um efeito fantasia no final do ano. Agora, quando a coisa tem que passar valer de verdade, quando é para tornar esse 13º permanente e estender para o BPC, os membros da comissão não comparecem e utiliza essa estratégia de fazer a medida provisória caducar, afirmou o senador. Se a medida não for aprovada até o dia 24 de março ela expira. E segundo o relator essa parece ser a estratégia do governo, o Executivo fez uma medida casuística de pagar o 13° do Bolsa Família apenas em 2019, e colocou a batata quente na mão do congresso, e se tornou ponto de honra da comissão fazer a diferença entre a democracia casuística e o compromisso real com essas famílias. A ausência de quórum na votação gerou protestos de representantes de movimentos sociais que acompanhavam a reunião. Os lideres da comissão firmaram o compromisso de continuar convocando reuniões. Para o deputado, o governo deveria fazer o debate em vez de esvaziar as reuniões da comissão mista.