Sem levar em consideração o usar ou não usar... a questão é, qual protocolo seguir?

22/07/2020

Os maiores lobistas da cloroquina, Donald Trump e Jair Bolsonaro, já contrariaram todos os protocolos e fizeram campanha pública para um medicamento sem nenhuma comprovação de eficácia e muitas de efeitos colaterais perigosos comprovados. Recentemente o jornalista Alexandre Garcia, apresentou uma pesquisa onde médicos americanos atestam a possibilidade da droga inibir a replicação do coronavírus no organismo, sem os efeitos colaterais, omitindo entretanto o final da declaração que dizia que seu uso não é recomendado fora do ambiente hospitalar, nem na fase inicial da doença. Essa batalha se transferiu para as redes sociais, onde inclusive alguns médicos, contrário ao parecer de cientistas de todo o mundo, defendem seu uso desde o início dos sintomas. No dia 3 de julho, o site "Covid Tem Tratamento Sim", que divulgava o amplo tratamento com um coquetel de medicamentos, incluindo a hidroxicloroquina, como cura para a Covid-19, saiu do ar. As afirmações do site, tinham por base uma suposta pesquisa feita por uma comunidade medida internacional e tinha o aval de pelo menos 17 profissionais. Uma reportagem do Uol, mostrou que pelo menos três dos profissionais citados, disseram não ter conhecimento do uso de suas imagens na divulgação da pesquisa. No dia 7 de julho ao retornar ao ar, o site já não fazia menção da pesquisa, nem dos profissionais disposto a prescrever a droga. 48,7% dos médicos sérios de todo o país declaram que por causa das fake news, pacientes e familiares pressionam por tratamentos sem comprovação científica, incluindo drogas como cloroquina e hidroxicloroquina. 69,2% dos médicos afirmam que notícias falsas, informações sensacionalistas ou sem comprovação técnica são inimigos que hoje enfrentam simultaneamente, além da pandemia. Dados de uma pesquisa realizada pela APM (Associação Paulista de Medicina) e publicada no dia 7 de julho. O protocolo técnico é muito claro, uso da droga sob prescrição médica, com autorização do paciente, ou na impossibilidade de um parente, em casos considerados graves e em ambiente hospitalar. O protocolo leigo é, prescrição do uso da cloroquina nos primeiros sintomas, em caso leve e fora do ambiente hospitalar. Sem levar em consideração o usar ou não usar... a questão é, qual protocolo seguir?