Alter do Chão parteII

04/12/2019

A prisão de brigadistas em Alter do Chão, acusados de provocar os Incêndios em setembro deste ano que devastou 1,175 mil hectares, o equivalente a 1,6 mil campos de futebol. Ganhou um novo capítulo, o prefeito de Santarém revela que ação teria sido orquestrado pelo grileiro Silas da Silva Soares, que está foragido, e seu filho que atua como policial militar do estado. O grileiro já está condenado a seis anos e dez meses de prisão, além de multa, por instalar um loteamento urbano privado e promover desmatamento ilegal na região do Lago Verde mas encontra-se foragido. Algumas pessoas da comunidade foram ouvidos pelo MPF e até por autoridades policiais e apontaram Silas responsável pela área. Afirmaram que praticamente todos os dias pessoas, a serviço de Silas atuavam na área, degradando-a para fins de abertura e/ou ampliação de ramais, construção de casas e parcelamento de lotes. Que para isso contaria com o apoio de seu filho, que seria policial militar e de alguém conhecido por "Mineiro". O próprio fazendeiro Silas da Silva Soares se declarou (e mentiu) proprietário daquelas terras, em ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) e assinada por Luís de Camões Lima Boaventura, procurador da República na localidade. Os brigadistas Daniel Gutierrez, Gustavo Fernandes, Marcelo Aron e João Victor Romano foram presos no dia 26 de novembro, apontados pela Policia Civil como suspeitos de atearem fogo naquela APA - Área de Preservação Ambiental. Entretanto, devido à fragilidade das acusações e completa falta de provas, eles foram liberados no fim da tarde de 28 de novembro pelo mesmo juiz que havia autorizado as prisões, Alexandre Rossi. Essa condução intempestiva do caso levou a troca de comando da Polícia Civil do Pará. Agora, as investigações são conduzidas pelo diretor da Delegacia Especializada de Meio Ambiente, Waldyr Freire. Mesmo soltos os brigadistas ainda são considerados suspeitos, mesmo que sobre eles não exista prova alguma contra eles. Nada de impressionante, já que o presidente acusou recentemente o ator Leonardo Di'Caprio, de incentivar as queimadas. Que, de acordo com o último dado consolidado do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre o desmatamento nos nove estados da Amazônia Legal Brasileira, medido pelo sistema Prodes, indica 42,8% maior do que era previsto pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). O valor estimado do desmatamento ficou em 9.762 quilômetros quadrados (km²) para o período de agosto de 2018 a julho de 2019, o que representa um aumento de 29,54% em relação a taxa de desmatamento apurada pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) em 2018, que totalizou 7.536 km².