Violência gratuita é abuso de autoridade.

04/12/2019

Obviamente respeitamos e apoiamos as Polícias Militares de todos os estados da Federação, reconhecendo as constantes pressões a que são submetidos no desempenho de suas atividades. Temos absoluta certeza que o nível de stress e altíssimo. Mas não podemos achar normal as arbitrariedades que são constantemente noticiadas. Nós do Jornal Fique de Olho, estamos sempre noticiando as ações de inteligência e investigações bem sucedidas, principalmente em nosso estado. Este ano a Polícia Militar de Minas Gerais deflagrou várias operações contra o tráfico de drogas e armas, tendo em uma delas realizado a maior apreensão já registrada no estado. Ficamos felizes, com o respeito mútuo entre as corporações e os veículos de imprensa. Entretanto não podemos dizer o mesmo de outros estados. No domingo (01) nosso companheiro repórter fotográfico Daniel Arroyo fazia a cobertura da manifestação ocorrida logo após o massacre de Paraisópolis, quando foi abordado por policiais do 16º BPM/M (Batalhão de Polícia Militar Metropolitano), exigindo que lhes entregassem as imagens que havia feito. O colega fazia imagens da mobilização dos moradores e parou para cobrir uma abordagem policial a um motocilista. Mesmo a abordagem estando completamente normal, os militares o abordaram, Arroyo teve que se identificar, até aí nada demais, se não fosse o fato dos PMs exigirem a entrega de suas imagens. Depois de muita conversa o colega foi liberado, mas teve que deixar seu número particular segundo os militares para caso precisassem das imagens.

Na tarde de ontem,mais de 100 policiais militares invadiram a Assembleia Legislativa do Paraná, onde cerca de cinco mil servidores do Estado protestavam contra projeto de reforma da Previdência que seria votado. De acordo com informações do local, os policiais esvaziaram o comitê da imprensa no interior da Alep e entraram no local, com agressão, hostilidades e ameaças. A sessão foi suspensa e deve ser retomada hoje (4). O movimento começou após a presidência da Casa limitar a 250 pessoas para acompanhar a sessão. O funcionalismo público é contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 16/201.

Em São Luís, Maranhão, povo impede PMs de efetuar uma prisão, o vídeo que circula nas redes sociais mostra o policial, ao tentar prender uma mulher, colocando a mão em suas partes íntimas e cometendo um abuso. A população revoltada vai em direção a viatura aos gritos de "respeita ela". Um dos agentes fecha a porta-malas da viatura, enquanto o outro liberava a vítima. Esses entre muitos outros casos de excesso, acontecem sem o excludente de ilicitude. Imagine!