Desde a colonização, não era bom lá... mandava pra' cá.

21/11/2019

Em entrevista ao Financial Times, em fevereiro, Ministro da Economia Paulo Guedes disse, "O Chile é como a Suíça". Menos de um ano depois dessa declaração a plenos pulmões, Guedes vê o país latino americano, literalmente explodir depois que o presidente anunciou um aumento das tarifas do metrô e eles saíram de uma Suíça para esquerda ativista. Não pense você que o país entrou em crise por causa de alguns centavos. Isso foi apenas a gota que faltava. Alguns atos do governo chileno levaram a população a um endividamento épico, tendo que pagar caro por bens básicos como educação, saúde, lazer e até alimentação. Tudo isso para se tornar de acordo com o ministro Guedes, a Suíça da América latina. E como chegaram a isso? Em um momento desse governo, o país melhorou exponencialmente os seus números do PIB e da renda per capita, O que só foi possível com as privatizações desenfreadas, e os cortes com os gastos públicos. Tudo isso não foi suficiente e o manteve entre os países mais desiguais, do continente, considerado o mais desigual do mundo. E falando em desigualdade essa foi a noticia da ultima semana aqui no Brasil, que apresentam crescimento da desigualdade. Infelizmente, isso não é a preocupação dos ultraliberais de plantão. Quando um país abre caminho para a privatização sem limites, consequentemente coloca nesse caminho um aparente progresso. Hoje no Chile, chilenos têm que escolher entre lavar roupa e tomar banho porque não têm grana para pagar a água privatizada. Parece que as manifestações, é o cansaço de um povo, por viver em um país tão progressista e farto. Ao tomar o Chile como exemplo, o ministro Guedes, assim como muitos dos demais do novo governo, mostra um total despreparo para o cargo. Sempre vai existir uma diferença gritante entre o público e o privado e consequentemente dos profissionais que atuam nessas áreas. Tentar trazer para nossa realidade, o Chile como a Suíça latina, é no mínimo ter passado longe das aulas de geografia. Como comparar o país, que tem a população menor que a metade do estado de São Paulo? Como comparar um país que ao longo dos últimos governos, desidratou a máquina pública a tal ponto que seu povo não tem um sistema de saúde, de educação e diversos programas sociais (públicos). Se levar a população a extrema pobreza é a solução, fica fácil ostentar dívida pública baixa e crescimento do PIB. Enquanto a população luta desesperadamente para pagar os serviços básicos, caros. Essa é a receita que o 'novo governo' pretende implantar aqui no Brasil. Por muito pouco a equipe econômica não conseguia emplacar na reforma da previdência o modelo de capitalização chileno, que fez com que nove em cada dez aposentados receba menos de 60% de um salário mínimo, que é de US$ 450 e ainda precisem pagar caro por serviços de saúde. O modelo tão perfeito para o ministro Guedes. Porque então ministro, além do próprio Chile, Peru, México e Colômbia estão revendo os seus sistemas previdenciários de capitalização? Enfim, essa é a receita que querem implantar no Brasil, à da liberdade total para a economia e o fim de programas e direitos sociais e trabalhistas, na China o presidente disse pouco antes do encontro com o líder do país, "Os trabalhadores querem menos direitos e mais trabalho". É isso?