Respiradores de baixo custo fabricado em Universidades brasileiras tem dificuldade de chegar ao mercado por causa da burocracia

30/06/2020

Compras sem licitação e a preços acima do valor de mercado, além de várias suspeitas de desvio de recursos públicos, tem sido o saldo da situação de falta de gestão centralizada de combate a pandemia. No quesito respiradores, pesquisadores da Universidade no Paraná, chegaram a um instrumento de baixo custo que pode atender perfeitamente a demanda desses equipamentos. Entretanto os pesquisadores relatam estarem tendo dificuldades burocráticas e financeiras para fazer os equipamentos chegar aos hospitais. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde março de 2020, dois modelos de ventiladores pulmonares nacionais foram aprovados e, portanto, liberados para fabricação. Por causa da pandemia, a agência flexibilizou algumas exigências e informou que tem levado cerca de cinco dias para liberar o registro, de acordo com o MMS (Ministério militarizado da Saúde) cada respirador convencional custa em média R$ 50 mil, já os projetos em desenvolvimento pelas Universidade brasileira propõe que nos três dos projetos paranaenses, os ventiladores pulmonares que continuam em desenvolvimento para atender às exigências de segurança da Anvisa. Podem chegar ao mercado entre R$ 1,5 mil e R$ 7 mil, por aparelho. Segundo o professor do Departamento de Eletrônica Hermes Irineu Del Monego. "A dificuldade é a burocracia que os órgãos oferecem, não digo que são maus, entendo a questão da segurança, mas isso demora demais e pode nos prejudicar. Nossa equipe tem mais de 40 professores trabalhando, que se dedicam dia e noite. Seria muito frustrante não progredir com o aparelho por questão de liberação e, principalmente, questões financeiras". Ainda segundo Monego, a produção do aparelho não visa lucro e não será concorrente de empresas que produzem ventiladores convencionais."O nosso problema é conseguir divulgar que estamos à procura de recursos. É complicado pedir, mas estamos pedindo dinheiro por algo muito nobre. Nós não queremos nenhum tipo de agradecimento, não queremos nada, só queremos contribuir com a sociedade, essa é a nossa função", explicou. O Ministério da Saúde informou que, até quarta-feira (24), foram assinados cinco contratos com empresas brasileiras para a produção de 16,2 mil ventiladores pulmonares, com valor total de R$ 787,5 milhões. A compra dos equipamentos envolve 15 instituições, como fabricantes, instituições financeiras e empresas de tecnologia, segundo o ministério. Ainda segundo o Ministério da Saúde ainda, a distribuição desses equipamentos tem ocorrido conforme a capacidade de produção da indústria nacional, que depende de algumas peças importadas. Até quarta-feira, foram distribuídos 4,8 mil ventiladores pulmonares em todo o Brasil pelo governo federal.