CASO MARIELLE FRANCO - Ex-chefe da PCRJ afirma ter feito devassa na vida dos Brazão

11/06/2024

Durante depoimento à PF (Polícia Federal), advogados de Rivaldo Barbosa dizem que a PF ignorou "interceptações telefônicas, quebra de sigilo de dados telemáticos, interceptação ambiental e busca e apreensão".Fontes da corporação informaram que o delegado Geniton Lages realmente pediu a quebra do sigilo telemático de Chiquinho Brazão, que na época era vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Mas a solicitação foi feita junto com outros vereadores da chamada "bancada da bala" na Câmara. A tentativa é criar uma narrativa de que Barbosa teria realizado uma "devassa" na vida dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e que esses dados teriam sido ignorados. Com a declaração o delegado quis negar sua ajuda aos dois irmãos na tentativa de esconder informações do assassinato da ex-vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL). Na epoca houve sim um pedido de quebra de sigilo telemático, direcionado ao celular oficial de Chiquinho, deixando de fora outros aparelhos eletrônicos. Delegados explicam que criminosos costumam ter vários aparelhos e utilizar apenas aqueles menos conhecidos. O fato sugere ter sido apenas uma cortina de fumaça, já que os irmãos estavam sempre, um passo a frente das investigações. A ex-vereadora foi morta por integrantes do crime organizado em março de 2018, num lugar sem câmeras na região central do município do Rio. O miliciano Ronnie Lessa confessou ter dado os tiros que mataram a então parlamentar e seu motorista, outro integrante da milícia, Élcio Queiroz, admitiu ter dirigido o carro de onde partiram os disparos e depois ter sido o responsável em dar fim nas evidências, tanto o carro como a arma. Barbosa e os irmãos Brazão foram presos, assim como os dois milicianos que participaram diretamente do assassinato.