DIPLOMACIA - Para quem fala em ditadura e se hospeda por conta de um ditador

26/03/2024

Ao sair ontem (25) de um evento em homenagem a presidente do PL Mulher Michelle Bolsonaro, no Theatro Municipal no centro de São Paulo. Bolsonaro se esquivou das perguntas acerca da Embaixada da Hungria no Brasil. "Porventura, dormir na embaixada, conversar com embaixador, tem algum crime nisso? Tenha santa paciência, deixa de perseguir, pessoal, quer perguntar da baleia? Da Marielle Franco? Eu passei seis anos sendo acusado de ter matado a Marielle Franco. Vamos falar dos móveis do [Palácio da] Alvorada?". Em fevereiro, o ex-mandatário passou duas noites na Embaixada da Hungria após ter seu passaporte apreendido, segundo o jornal "The New York Times". De acordo com o direito internacional, como embaixadas são áreas invioláveis, Bolsonaro só poderia ser alcançado por investigadores brasileiros com o consentimento do governo húngaro. Com isso o embaixador da Hungria em Brasília, Miklos Halmai, que abrigou Jair Bolsonaro (PL) na sede da embaixada, foi convocado pelo governo Lula (PT) ontem (25) a prestar esclarecimentos sobre o caso. A presença de Halmai é esperada ainda hoje no Itamaraty. Ele será recebido por Maria Luisa Escorel, chefe do departamento da Europa no Ministério das Relações Exteriores brasileiro. O colunista explica que "na prática diplomática, a convocação de um embaixador tem como objetivo pedir esclarecimentos e mandar uma mensagem de que um gesto daquele governo estrangeiro não foi bem aceito". de acordo com fontes do Itamaraty Halmai, ouviu mais que falou e em suas poucas falas, tentou normalizar a estada do ex-presidente brasileiro na embaixada, na conversa, segundo apurou a coluna, durou 20 minutos, ele teria repetido a mesma linha de defesa apresentada por Bolsonaro a de que o ex-presidente esteve na embaixada para manter contato com autoridades da Hungria. Nos bastidores, a diplomacia brasileira está perdendo a paciência com o embaixador húngaro.