EDITORIAL - Não consigo encher o tanque do meu carro... Mas tenho que colocar combustível em motos e jetskys

16/05/2022

Enquanto o brasileiro acorda cada dia aguardando o que não é mais surpresa, a notícia de um novo aumento de combustíveis. O presidente segue gastando recursos públicos para autopromoção. São motociatas aos montões e mais nova variação, as lanchaciatas. Isso nem seria notícia, não fosse a crise econômica em que se enterra o país. Todas as vezes em que é questionado sobre essa questão, o presidente se esquiva e passa a culpa adiante. Recentemente em uma tentativa de mostrar alguma ação, ele exonerou na semana passada o ministro de Minas e Energia, saiu Bento Albuquerque, para entrada de Adolfo Sachsida, um servidor de carreira do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Uma clara tentativa de indicar que não concorda com os aumentos dos preços do combustível. O novo ministro em seu primeiro pronunciamento disse que não interferiria na política de preços da estatal (seis por meia dúzia) e pediu um estudo ao governo federal para privatização da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo (PPSA). Especialistas afirmam que a privatização da Petrobras vai elevar ainda mais os preços dos combustíveis, que pode ultrapassar a casa dos 20%. Isso não é especulação, é fato. Na Bahia, a antiga refinaria Landulpho Alves, vendida ao fundo de investimento árabe Mubadala, o preço dos combustíveis já custam 27,4% a mais que os praticados pela estatal. No caso do diesel, o susto é ainda maior 28,2%. Privatizada em dezembro do ano passado, no último sábado (14) a refinaria promoveu um novo aumento, uma média um por mês. Essa semana o mercado aguarda uma possível substituição na presidência da estatal, o governo joga um jogo de xadrez muito mal jogado, mexendo somente as peças. Só não pensem que isso não tem um plano muito bem elaborado, o de entregar o país. Que só ainda capenga porque felizmente, na maioria das vezes, as privatizações desse governo terminam em devolução. Tem sido assim com os aeroportos, estradas e, mais recentemente com o 5G. No entanto, petróleo, energia e até mesmo os correios são estratégicos para o país, e com eles não podemos arriscar. É a nossa Opinião

Adão Carvalho