Editorial - "Quero mais que pobre se exploda"

04/07/2019
Foto Divulgação/Arquivo Internet
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Dois projetos de lei aprovados em sessão conjunta por senadores e deputados ontem (3) que seguem para sanção presidencial, são verdadeiros escárnio para os brasileiros. O PLN 1/2019 autoriza a União a comprar carros novos para renovar a frota do governo, Nada mais justo, se fosse uma carro blindado para o presidente e outro para o vice-presidente, entretanto o PLN autoriza a compra de 29 carros por R$ 5,8 milhões (valores de janeiro/2019), até para ex-presidentes. Pagar despesas de reformas de embaixadas e residências oficiais, incluído neste pacote ministros de estado, integrantes do poder judiciário e do legislativo e por fim pagar gratificações a servidores do INSS que identificarem irregularidades na concessão de benefícios. A oposição criticou o teor dos projetos num momento em que o governo federal corta e contingência verbas de setores como educação, saúde e segurança pública. Até membros da base do governo também se manifestaram contra trechos do PLN 1. O deputado Tiago Mitraud (Novo-MG) orientou seu partido a votar contra o texto. "O que o projeto faz é permitir que o governo, que já é deficitário, use dinheiro escasso para comprar carro novo para o presidente. Não é prioridade do país neste momento colocar pedra nova na banheira de senador e deputado" advertiu. Já o PLN 2/2019 mexe na Lei Orçamentária Anual (LOA), reservando R$ 223,8 milhões para os bônus dos peritos do INSS. A verba será oriunda do cancelamento de despesas inicialmente previstas para criação e provimento de cargos e funções, exceto aquelas destinadas à substituição de terceirizados, de professores e técnicos administrativos em educação. Tudo isso inexplicavelmente sem a necessidade de fazer a pressão "reforma da previdência". E aí fica uma pergunta, com os valores de todas estas despesas aprovadas, poderia se pagar quantas aposentadorias, benefícios ou BPCs? Como já dizia o "Deputado Justus Verissimo" um personagem do saudoso Chico Anisio "quero mais é que pobre se exploda"