E O PRÊMIO DE MAIS RIDÍCULO MANDATÁRIO VAI?

07/05/2019

O presidente já tem lugar garantido na história do Brasil. Um lugar que, com pouco mais de 100 dias de governo, ele conquistou a passos largos e seguros, trabalhando diuturnamente sem descanso. Um lugar que o distinguirá no futuro entre todas as figuras de nossa história. Em brevíssimo espaço de tempo, ele tornou-se, sem qualquer sombra de dúvidas, o mais ridículo mandatário de nossa história, incluídos nesta lista todos os imperadores e ditadores que nos governaram desde o Brasil colônia até os dias de hoje. Outro dia o STF abriu a temporada de censura. Um blog e um site de notícias publicaram informações com potencial para supostamente atingir a honra do presidente da Corte Suprema, por isso um dos juízes-ministros deu uma canetada e tirou do ar as notícias indesejáveis. Depois da gritaria contrária à truculência, voltou atrás, mas o estrago já estava feito. No mesmo caminho, incomodado com um comercial do Banco do Brasil (muito bonito, por sinal) celebrando a diversidade, o presidente mandou tirar a peça do ar. O Diretor de Comunicação do Banco se demitiu por não concordar com a truculência. O último ato ridículo foi a determinação para daqui prá frente às agências de publicidade submetam todas as peças do Governo Federal à Secom da Presidência. Se Sua Majestade não gostar, babau. Os dois fatos, além do apelo à forma mais torpe de controle da informação "a censura", também revelam a profunda e devastadora desinformação tanto dos membros da mais alta corte do país quanto do governo. Depois da chegada da internet tornou-se impossível suprimir por um ato de força qualquer coisa que entre na rede mundial de computadores. Caiu ali não sai mais, nunca mais. Quando o STF tirou do ar as notícias amplificaram em milhares de megatons os efeitos de divulgação da notícia que queriam silenciar. Será que entre os bem escolhidos ministros e assessores do governo não apareceu ninguém para dizer ao presidente da república que, aplicando um ato parecido ao do STF ele, na prática, estaria estimulando a divulgação da peça censurada, que agora corre solta pela deep web, em mensagens de whatsapp, de e-mails. Com a censura ela atraiu para si, e ajudou a alavancar a audiência de um comercial que não tinha conseguido provocar um choque de atenção na audiência. E agora...provocou! O custo da produção desta peça publicitária foi abusivamente superfaturado, e isso sim seria um motivo para removê-la, e fazer com que os valores exorbitante pagos, fossem devolvidos. Segundo fontes no palácio, o comercial custou mais que a produção do filme Tropa de Elite 2, inteira que foi de R$ 14 milhões de reais. Para não perder o lugar, duramente conquistado nestes meses de governo, o presidente elege um charlatão como seu guru, o 'astrólogo' Olavo de Carvalho (nada a ver com o meu Carvalho, assim espero.) que sempre que toma as mídias sociais é para desfiar um rosário de bobagens. Um homem dito culto que se presta a defender a teoria dos terraplanistas, que põe em dúvida o sistema copernicano, que qualquer criança sabe a terra gira em torno do sol. Tudo isso tem colocado nossa pátria amada Brasil, como diz a propaganda oficial, em uma situação ridícula perante o resto do planeta. Só para refrescar a memória, segundo o dicionário Michaelis, "ridículo" se traduz como: 1) o que é digno de riso ou merecedor de zombaria; 2) o que não tem bom senso; 3) o que tem o poder de causar riso; cômico, risível; 4) o que revela mau gosto e pende para o vulgar; e 5) o que tem pouco valor; insignificante. Escolha a definição de sua preferência. Como o governo se enquadra em qualquer uma, pode ficar com todas. Só uma perguntinha: preocupado com todas essas coisas, quando irá sobrar algum horário para ele (nosso presidente)... presidir o país?

  • Paulo José Cunha é professor, jornalista e escritor/ Compilado do Site Congresso em Foco.