GOLPE FRACASSADO - Entre a extradição ou uma crise diplomática

11/06/2024

A falta de vergonha não tem limites, o ex-vice-presidente e atualmente senador, Hamilton Mourão, pediu que o presidente da Argentina, o ultradireitista Javier Milei, conceda asilo político aos foragidos da Justiça brasileira pelos atos golpistas cometidos em Brasília em 8 de janeiro de 2023. De acordo com o senador. "A ida de condenados e investigados pelos atos de 8 de janeiro para a Argentina mostra tão somente que essas pessoas não mais confiam na Justiça brasileira, que lhes negou direitos básicos do devido processo legal, bem como impôs penas desproporcionais aos delitos supostamente praticados. A captura internacional, tão desejada pelo governo de turno, mostra claramente o viés autoritário e persecutório da esquerda no poder. Que Javier Milei e a 'Comisión Nacional para los Refugiados (Co. Na. Re)' lhes concedam o justo asilo político", publicou o parlamentar no X, antigo Twitter. Enquanto isso, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, disse nesta terça-feira (11) que a corporação está recebendo total cooperação internacional da Argentina na busca por investigados e condenados pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023. Hoje estima-se em cerca de 180 o número de foragidos, acredita-se que muitos tenham buscado refúgio no país vizinho. Segundo o porta-voz do governo de Milei, Manuel Adorni, a Argentina analisará pedidos de refúgio de brasileiros caso a caso e o país fornecerá informações solicitadas ao Brasil como determina a lei. A Polícia Federal está listando quantos brasileiros investigados ou condenados pelas ações golpistas do 8 de janeiro com mandados de prisão estão na Argentina. Além da Argentina, as autoridades acreditam que alguns foragidos tenham entrado no Uruguai e no Paraguai por vias terrestres. Até a última segunda-feira, 29 indivíduos já tiveram seus nomes incluídos na rede de capturas da Comunidade de Polícias das Américas (Ameripol). A PF (Polícia Federal) está focada na identificação dos destinos desses foragidos para posteriormente encaminhar uma lista ao STF (Supremo Tribunal Federal). Em seguida, o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional) do Ministério da Justiça solicitará a prisão e extradição do grupo. Tanto as autoridades brasileiras como de outros países da America do Sul, temem que a negativa de seus governos em relação aos pedidos de extradição possa criar uma crise diplomática "sem precedentes" o que nenhum deles quer.