Já se passaram cem dia e continuamos sem respostas

06/02/2022

Cem dias após a conclusão da CPI da Covid do Senado, um relatório contundente indiciou o presidente, quatro ministros e outras 73 pessoas, além de duas empresas por crimes relacionados à pandemia. Com a conclusão de que muitas vidas poderiam ter sido salvas caso o País não estivesse atrasado na campanha de vacinação. O relatório final foi entregue pelos senadores ao procurador-geral da República, Augusto Aras, no dia 27 de outubro, um dia após a aprovação do relatório na CPI. Em 25 de novembro, Aras protocolou 11 petições, que tramitam em segredo de Justiça, relacionadas ao presidente e a ministros. Trata-se de procedimentos preliminares, em que o procurador-geral avalia se vai, ou não, pedir investigação formal. Ocorre que passado todo esse tempo não há nem sequer um inquérito aberto para investigar o alto escalão do governo com base no documento. Os parlamentares e a população temem possível "inação" da PGR e da Polícia Federal. "Infelizmente, o PGR (Aras) não tem se mostrado solícito em relação a essa pauta, retardando de forma injustificada o avanço", disse a senadora Simone Tebet que se destacou com sua participação na CPI. Na semana passada, a PF finalizou um inquérito sobre as negociações do Ministério da Saúde para a compra da vacina Covaxin sem sugerir o indiciamento do presidente, que foi acusado de ignorar alertas sobre suspeita de corrupção. Relatório enviado ao STF concluiu que não houve crime de prevaricação. Segundo o relatório, o presidente não era obrigado a comunicar uma conversa particular. A prevalecer esse entendimento da PF, ela põe fim ao crime de prevaricação. Qualquer cidadão ao ter notícia do acontecimento de um crime, tem o dever de comunicar às autoridades competentes. Se um presidente, no ofício do cargo, não tem essa obrigação de mandar apurar? Então ninguém prevarica mais nesse país,