"Grande parte dos furos bombásticos da grande mídia em todo o mundo, é baseado em vazamentos" Glenn Greenwald

02/10/2019

O jornalista Glenn Greenwald, editor do The Intercept Brasil, criticou na segunda-feira (30), a postura dos veículos de comunicação brasileiros, a medida que chamam de ultrajante as publicações do Intercept Brasil e fazem pouco das reportagens da Lava Jato dizendo que estão sendo construídas tendo por base vazamentos ilegais. Glenn lembra que grande parte dos furos bombásticos da grande mídia em todo o mundo, é baseado em vazamentos ilegais. Se não fossem estas fontes anônimas o que seria do verdadeiro jornalismo investigativo. O caso Watergate. dois jornalistas do Washington Post a desconfiaram de um simples assalto Um informante anônimo levou os dois no complexo de prédios Watergate, nos Estados Unidos, e o que seria um simples assalto, se transformou em um grande escândalo político. O caso Cova 312, nele a repórter Daniela Arbex trouxe, investiga a morte de um militante político Milton Soares de Castro integrante da guerrilha do Caparaó. Neste caso a jornalista destruiu a versão de suicídio dado pelo regime militar. Através de acesso a fotos do corpo de documentos da perícia feita no corpo na época e que deveriam ter sido destruídos. Ela conseguiu provar o assassinato, após sessão de tortura. A descoberta da jornalista fez as autoridades pedissem desculpas e reconhecessem a prática de tortura contra Milton Soares Castro. Da mesma forma vazamento ilegal de documentos trouxe a tona por meio do jornalista Marcos Sá Corrêa que à época trabalhava no Jornal do Brasil. A participação dos Estados Unidos no golpe militar de 1964. Após a instituição do golpe, o subsecretário de Estado, George Ball, reconhecia o governo militar, antes mesmo de avisar ao presidente Lyndon Johnson do sucesso da ação. Ao saber da notícia, Johnson comemorou a queda de Goulart e a "ameaça" comunista no maior país da América Latina. Além de muitos outros casos mais recentes. Os vazamentos ilegais sempre existiram e existirão no jornalismo mundial, a análise e a checagem das informações é o que fará a diferença entre o jornalismo sério e as indústrias de Fake nas publicações. Até o momento as conversas interceptadas sobre a operação Lava Jato, em parte já foram reconhecidas por seus interlocutores e as que não foram reconhecidas também são são desmentidas, só não são lembradas.