A pergunta é, não deu certo lá... Dará certo aqui?

23/10/2019

Manifestantes chilenos se reuniram em praças do centro de Santiago e em várias cidades, em protestos contra o alto custo de vida e a desigualdade deram poucos sinais de que o movimento está chegando ao fim. Desde a última sexta-feira, dez cidades já decretaram toque de recolher por militares e estão em estado de emergência. Estes já são considerados os piores protestos em décadas no Chile. As frustrações com o custo de vida alto e aumentos nas tarifas de transporte público em Santiago se tornaram um estopim contra o governo de Piñera. Mesmo tendo voltado atrás estas ações desencadeando clamores por reformas que vão das leis tributárias e trabalhistas ao sistema de aposentadorias do país (que é o defendido pelo ministro Guedes). Diante da pressão crescente sobre sua gestão, Piñera disse que se reuniria com líderes da oposição nesta terça-feira para forjar um "novo contrato social".

Enquanto no Chile, manifestantes vão às ruas contra as reformas que vão das leis tributárias e trabalhistas ao sistema de aposentadorias do país isso aqui no Brasil, o texto base da reforma da previdência foi aprovado em 2º turno, com 60 votos favoráveis e 19 contrários, como já passou pela Câmara dos Deputados, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que altera o sistema de aposentadorias segue agora para a sanção presidencial. Logo após a promulgação do resultado da aprovação do texto-base da reforma, os Senadores começaram a votar os destaques. O primeiro a ser apreciado foi o do PDT, que prevê retirar todas as regras de transição do texto. Caso seja aprovado, o destaque desidrata em 148,6 bilhões de reais o impacto fiscal da reforma. Para ser rejeitado, o texto precisa de ao menos 49 votos "sim", indicando que são favoráveis ao texto-base. É quase certeza que os destaques serão rejeitados pela maioria e aí, haverá uma turbulência geral. Se o Chile pode nos servir de exemplo as reformas de lá que estão gerando tanta desigualdade são as mesmas que estão em andamento aqui no país, tributária, trabalhistas e previdenciária. A pergunta é, não deu certo lá... Dará certo aqui?