"Coitadinho de Otávio do Regô Barros"

31/07/2019
Foto Divulgação/Arquivo Internet
Foto Divulgação/Arquivo Internet

Tenho pena de Otávio do Rego Barros, no Brasil, ser Assessor ou porta voz de governo é uma tarefa difícil e mal reconhecida, é estar sempre atento a possíveis gafes no comportamento ou na fala do assessorado e minimizar os estragos destes atos. Fazer isso no governo Bolsonaro é quase impossível, cada vez que o presidente abre a boca a apreensão toma conta, 'qual a sandice da hora?' Não é exagero, não é oposição política, é uma triste constatação. Em uma entrevista coletiva Rego Barros se viu em uma saia justa quando foi perguntado "objetivamente, qual o crime cometido pelo jornalista Glenn Greenwald?" Em resposta o porta-voz leu uma nota que reforçava a fala do presidente pela manhã. Diante do questionamento o porta-voz perguntou "Alguma dúvida que houve o cometimento de um crime?". Diante desta pergunta ele recebeu uma resposta que o deixou ainda mais desconsertado "sim, existem dúvidas de que crime ele (Glenn) teria cometido", tentando encerrar a questão Rego Barros disse "O presidente tem se pronunciado no entendimento dele pessoal com relação a essa ação de hackers", e rapidamente abriu a próxima pergunta. A pergunta que se seguiu foi ainda mais difícil responder, porque versou sobre as declarações do presidente falando do desaparecimento de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da OAB do Brasil. O jornalista perguntou se o presidente da República estaria contestando a versão oficial sobre o episódio, contida no relatório da CNV, Otávio Rêgo Barros repetiu que a posição de Bolsonaro já havia sido explicitada. "O presidente, sobre esse assunto, já se expressou na saída do Palácio do Alvorada, hoje pela manhã, incluindo a presença dos senhores jornalistas e, posteriormente, a complementou em uma live em rede social à tarde". Na referida live no Facebook, Bolsonaro disse que Fernando Santa Cruz, que era militante de esquerda durante o regime militar (1964-1985), foi morto por integrantes da Ação Popular, um grupo de luta armada contra o regime e não pelas Forças Armadas. Contrariando esta declaração do presidente, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (da Ministra Damares Alves), por meio da Comissão de Mortos e Desaparecidos, emitiu, na semana passada, uma certidão de óbito para Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. No documento, a pasta comandada pela ministra Damares Alves informa que a morte do militante foi "não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro". (e temos mais uma mentira descarada do presidente) A data da morte informada é dia 23 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro (RJ), "no contexto da perseguição sistemática e generalizada à população identificada como opositora política ao regime ditatorial de 1964 a 1985". "Coitadinho de Otavio do Rêgo Barros"