Ideólogos Ineficientes.
Uma triste constatação é que o Palácio do Planalto está sendo ocupado por uma pessoa que mais do que desprezar as questões ambientais, procura sempre que pode fazer uma oposição ativa. Todos que se opõem aos seu ponto de vista, sem noção ou qualquer balizamento técnico, são acusados de ideólogos ou ineficientes. O caso mais recente foi o do ex-presidente do Inpe acusado de quebrar a confiança do governo, por ter simplesmente dito o que todos já sabem. Agora, em sua tarefa preferida, disparar sandices pelas redes sociais, Bolsonaro questionou numa 'live', o que leva a aprovação de uma lei que restringe da malfadada pesca de arrasto no Rio Grande do Sul. Ele estava ao lado do secretário da Pesca, Jorge Seif Junior. Como sempre, sem ouvir quem quer que seja, prometeu que trabalhará pela revogação junto ao governador Eduardo Leite. Ignorante, o pescador que foi multado por pesca irregularmente, agride mais uma vez o bom-senso. Até os pescadores artesanais sabem dos malefícios do arrasto. Uma revogação que curiosamente beneficiaria a família do secretário Jorge Seif Jr. que é proprietária de empresa de pesca e tem uma dezena de multas ambientais, muitas das quais são infrações das leis...de pesca. Ao fazer sua 'live' ao lado do secretário, este declarou: Infelizmente, foi uma lei fundamentada no estudo de uma ONG, que não foi publicada, não passou pela secretaria de Pesca, não passou pelo debate com as universidades do Brasil, e jogou vários pescadores na criminalidade, sem ter como trabalhar . O que para variar é mais uma deslavada mentira. Há dezenas de estudos das melhores universidades do País mostrando os prejuízos provocados pela atividade. Ela destrói ecossistemas marinhos, leva à desertificação do fundo do mar, é a menos seletiva, etc. O que não é nenhuma novidade. Ao abrir sua boca Bolsonaro mostra mais uma vez o quão desinformado (adjetivo bem leve) é ele e seu secretário. Enquanto as autoridades falam bobagens, os pescadores gaúchos da "Colônia Z-40, de Tramandaí, solicitaram ao Ministério Público Federal, em Capão da Canoa, que adote medida cautelar. O pedido é que o MPF intervenha para garantir a proteção do meio ambiente na zona costeira e litorânea do Brasil." Felizmente, alguém tem bom senso nesta história.