Presidente tenta fazer da PF sua policia.

06/07/2019
Foto Divulgação/Arquivo Internet
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A autonomia das instituições está a cada dia sendo colocada a prova no país, nosso judiciário tem sido alvo da cólera dos ministros do governo que batem na mesa e determinam o que eles devem fazer, e isso está cada dia mais comum. Agora quem está passando por constrangimentos e a Polícia Federal. Isso porque, segundo o próprio presidente Bolsonaro, o ministro Sérgio Moro teria enviado a ele no Japão cópia do inquérito, com o que já havia sido investigado pela PF no caso dos laranjas do PSL, "Ele [Moro] mandou a cópia do que foi investigado pela Polícia Federal pra mim. Mandei um assessor meu ler porque eu não tive tempo de ler". Disse o presidente em entrevista coletiva. Estas declarações certamente assustará aos agentes da PF encarregados deste caso, primeiro porque este caso tramita em segredo de justiça na 26ª Zona Eleitoral de Minas Gerais ( agora acredito que podemos dizer que tramitava), segundo quando ouvem uma declaração de que o presidente "determinou" que se investigue todos os outros partidos. É muito triste para nós jornalistas que acompanhamos a PF ao longo últimos 30 anos evoluindo como uma instituição "de Estado, não de governo", uma PF que não pactua dos rancores de presidentes e de ministros de plantão, um órgão que investigue fatos e não pessoas. Se tornando ferramenta de perseguição nas mãos do governo. Um governo que se elegeu agitando a bandeira "da lei e da ordem", o que pressupõe é pelo menos respeito aos órgãos investigativos, ao contrário disso estamos vendo um governo usando da influência e prerrogativas do cargo para obter dados sigilosos e determinar o que deve ou não ser investigado no país. Isso é que é Estado policial.