Glenn Greenwal reponde tudo agora na CCJ do Senado

12/07/2019

Em audiência no Senado, ontem (11), o jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept, afirmou ser "impensável" acontecer em outro país como Estados Unidos ou no continente europeu o conluio entre Sérgio Moro e procuradores da Operação Lava Jato. "Nada que eu li sobre Moro e o relacionamento com procuradores da Lava Jato... nada disso é normal em outros países, como Estados Unidos e Europa. Isso é impensável", disse. Sem querer criar valores, uma diferença é gritante nos depoimentos do jornalista e do ministro,  Glenn responde todas as perguntas de forma objetiva, nem sempre clara pela barreira do idioma, enquanto o ministro não se lembra de absolutamente nada. Segundo o jornalista, Moro e o procurador Deltan Dallagnol "fizeram coisas boas" se referindo a Operação Lava Jato, mas isso não significa que "tenham o direito de abusar do poder que eles tinham". A imagem de Moro construída nos últimos cinco anos está caindo. Ninguém aceitaria ser envolvido em irregularidade, sem negar veementemente e levar seus acusadores a justiça, entretanto Glenn reforçou a veracidade dos diálogos que vêm sendo revelados pelo Intercept Brasil. "Moro sabe que o material é autêntico. Ele sabe que ele não pode negar. Usam insinuações de que o material não é autêntico e os procuradores sabem que é autêntico", complementou. Segundo o jornalista, o arquivo sobre as irregularidades da Lava Jato "é maior em tamanho do que os arquivos sobre Snowden". Através do jornal britânico The Guardian, Greenwald revelou, em parceria com Edward Snowden, a existência dos programas secretos de vigilância global dos Estados Unidos, efetuados pela sua Agência de Segurança Global. Greenwald disse que ainda não sabe se está sendo investigado pela PF. "Ninguém da PF me procurou. Não sei se estão investigando. Não tenho indício de que estão investigando, também não tenho medo. (Uma investigação séria) ameaça à democracia e à imprensa livre".