Toda armadura tem um ponto fraco!

17/07/2019

Dentro dos próprios poderes do país, enquanto para uns a blindagem continua de pé, a de outro começa a ruir. Membros do Ministério Público começaram pela primeira vez a se pronunciarem contra as atitudes dos procuradores que atuaram na Lava Jato. As últimas mensagens e áudios, publicados pelo site The Intercept Brasil e veículos parceiros, parece ter encontrado em brecha na armadura do promotor Deltan Dallagnol e de seu grupo. A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) se manifestou através de uma nota tecendo duras críticas ao grupo. "A revelação pela imprensa de diálogos mantidos entre agentes públicos do sistema de Justiça no contexto da Operação Lava-Jato reforça a necessidade de compreensão das diversas dimensões dos direitos humanos e de promoção conjunta do enfrentamento à corrupção, do devido processo legal, do direito à informação e da liberdade de imprensa", diz a nota que foi publicada no site oficial da Procuradoria Geral da República (PGR). Esta nota quer dizer que a liberdade de imprensa e peça fundamental no enfrentamento à corrupção. Mesmo que os denunciados pensem o oposto. As mensagens publicadas até agora, sofrem uma severa tentativa de desqualificação de conteúdo, chegaram a afirmar que elas seriam adulteradas e obtidas de forma ilegal. Embora o texto do ministério público não cita nominalmente ninguém ele deixa claro que não é tolerável que um juiz exerça o papel de acusador durante um processo. "Um dos elementos essenciais do devido processo legal reside no direito a um julgamento perante juízes competentes, independentes e imparciais, no qual o réu e seus advogados são tratados com igualdade de armas em relação ao acusador. Portanto, é vedado ao magistrado participar da definição de estratégias da acusação, aconselhar o acusador ou interferir para dificultar ou criar animosidade com a defesa", afirma outro trecho do texto. O próprio Ministério Público começa a perceber que o barco da Lava Jato tá entrando água, e que começa a ficar insustentável como nós sempre falamos defender o indefensável. O corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Orlando Rochadel Moreira, iniciou uma reclamação disciplinar contra Deltan Dallagnol e o procurador Roberson Pozzobon. No despacho, Orlando determina a "notificação dos Membros do Ministério Público Federal integrantes da Força Tarefa Lava Jato, Deltan Martinazzo Dallagnol e Roberson Henrique Pozzobom, para manifestação, via sistema Elo, no prazo de 10 dias" e ainda "a expedição de ofício a Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal para que informe, no prazo de 10 dias, os antecedentes disciplinares dos supracitados Membros integrantes da Força Tarefa Lava Jato em Curitiba/PR".