Neste momento para o país queda nas exportações de milho seria um desastre

23/07/2019

O agronegócio especialmente a cultura de grãos sempre se destaca quando o assunto e safra, segundo o presidente executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Alysson Paolinelli, estamos exportando 200 mil toneladas por mês e a nossa safrinha de milho este ano deve ser recorde. Vamos ser campeões de exportação. A expectativa é que a segunda safra de milho no Brasil ultrapasse 70 milhões de toneladas. Desse total, 40 milhões de toneladas devem ter como destino o exterior - ano passado foram exportadas 30 milhões de toneladas, segundo a Abramilho. Além do Irã, (maior comprador do grão brasileiro), outros países do Oriente Médio e a China estão entre os principais destinos do cereal tupiniquim. Daí a perplexidade da imprensa mundial da decisão do governo em não autorizar a Petrobrás a abastecer dois navios de bandeira iranianas nos portos do país. Segundo a Petrobras, a decisão de não abastecimento é em razão das sanções impostas pelos EUA ao país do Oriente Medio. Um dos navios deveria ter zarpado do porto no dia 8 de junho com 48 mil toneladas de milho, o outro reabasteceria para seguir paro o porto de Imbituba SC, onde deveria ser carregado de uma carga de cereais. De qualquer forma, o impasse é uma péssima notícia para o setor agrícola brasileiro, pois no primeiro semestre o Irã importou cerca de 2,5 milhões de toneladas de milho do Brasil, praticamente o mesmo volume importado em igual período do ano passado, segundo dados oficiais. Lembrando que durante a cúpula do G20, o general Augusto Heleno do GSI disse que não tomaria partido nesta disputa entre Irã e EUA. "Não temos nenhuma rivalidade ou inimizade com o Irã. Pode ser parceiro em algumas coisas", disse o general. Além de ser o maior importador de milho do Brasil, o Irã é um dos principais clientes da indústria de soja e carne bovina. Mostrando um total desconhecimento da situação a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge afirmou ser contra a obrigatoriedade da Petrobras de fornecer combustível a duas embarcações iranianas que estão no porto de Paranaguá (PR). Dodge afirma que a empresa dona dos navios não comprovou ter o direito de comprar o combustível da Petrobras e argumentou que há como adquirir o produto de outros fornecedores. No entanto os exportadores brasileiro dizem que não há outra alternativa viável e segura para o abastecimento das embarcações, que dependem de um tipo específico de combustível cujo fornecimento é monopólio da estatal. Enquanto a Petrobras segue com medo de sofrer alguma retaliação dos EUA, todo o Agronegócio nacional pode deixar de vender para seu maior cliente. Além do MV Bavand carregado com 48 mil toneladas de milho, o navio Delruda, atracaria em Imbituba SC hoje e seria carregado com 67 mil toneladas. São mais de 100 mil toneladas de grãos. Ao que parece existe uma clara demonstração de que o governo não quer contrariar os norte americanos, teria algum motivo?