Equipamento 'UFED' é capaz de recuperar mensagens apagadas do Telegram e a Força Tarefa tem o aparelho. Porque não usa?

02/08/2019

Os escândalos da Vaza Jato, além das constantes divulgações do The Intercept Brasil, que as autoridades brasileiras teimam em chamar de criminosa e terrorista, já estão além fronteiras. Uma espantosa revelação do 'Jornal El País', diz ser mentirosa as afirmações de Moro e Dallagnol, que não podem provar eventual adulteração das mensagens, porque apagaram os aplicativos do Telegram de seus celulares e, consequentemente, as mensagens. O que eles não revelaram ao país é que a própria operação que Moro comandou e Dallagnol ainda comanda poderia facilmente esclarecer o assunto. Mentiram por omissão. O jornalista Daniel Haidar (El País), entrevistou o fornecedor de uma ferramenta utilizada pela Polícia Federal e ele confirmou que a recuperação é possível. Não apenas isso: informou que ela tem sido utilizada com sucesso na Lava Jato."Tanto é possível resgatar mensagens deletadas de SMS, WhatsApp, Telegram e até de outros aplicativos que peritos da PF recuperaram várias conversas dos celulares de presos da Lava Jato. Desde o começo da mega investigação em Curitiba, em 2014, a Superintendência da Polícia Federal no Paraná utiliza a tecnologia que executa a tarefa. Trata-se de um dispositivo eletrônico batizado de UFED (Universal Forensic Extraction Device), parecido a um microcomputador em formato de maleta, que foi vendido pela empresa israelense Cellebrite. O dispositivo, que também é oferecido como aplicativo para instalação em computadores ou notebooks, já foi vendido para outras unidades policiais do país" escreveu Haidar. O UFED, na prática, consegue acessar e extrair a memória interna dos aparelhos celulares, mesmo com aplicativos deletados, e também consegue extrair, a partir do aparelho, os dados na nuvem dos aplicativos instalados. Em alguns casos, a empresa israelense diz que a ferramenta consegue até quebrar senhas de proteção de tela e códigos de restrição de acesso de aplicativos. "Via de regra, tudo pode ser recuperado, incluindo o conteúdo de mensagens. O que é relevante para recuperar informação é o tempo que foi gravada", explicou Frederico Bonincontro, vice-presidente de vendas para a América Latina da Cellebrite, em entrevista ao El País. Enfim, cai o vírus do esquecimento contaminou os envolvidos, basta usar o UFED, recuperar as mensagens e provar que todas as publicações são caluniosas. Se é possível, porque não se faz? Uma pergunta de que vale milhões.