O ESTADO DENTRO DO ESTADO ou A HA U HU
Na conhecida e estudada Alemanha de Adolf Hitler era comum que os diversos grupos que formavam a administração geral do país tivessem dossiês sobre figuras importantes dos grupos rivais. Assim o serviço de informações do exército possuía informações comprometedoras sobre componentes do governo, a SS possuía informações comprometedoras sobre generais e importantes figuras das forças armadas, o serviço de espionagem monitorava a SS de Kaltenbrunner e Himler e era monitorada pela contra-espionagem militar de Wilhelm Franz Canaris. Heydrich era odiado por todos e temido por todos. Todos vigiavam a todos e todos ameaçavam a todos. Qualquer um poderia ser preso a qualquer momento e executado.
A operação Lava Jato no Brasil parece ter iniciado uma fase, no mínimo, parecida com a estrutura nazista. Hoje, quinta-feira, 01/08, a Folha de São Paulo publica novas revelações do jornal eletrônico INTERCEPT em que o procurador Deltan Dallagnol teria incentivado colegas do MP federal a investigar dois juízes do STF, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. O objetivo seria desestimular os juízes que pudessem criar dificuldades legais para a forma de atuação da Lava Jato. Ou seja, a ideia seria criar dossiês que pudessem levar à chantagem de juízes do STF.
Isto não é grave. Isto é gravíssimo! Cria uma estrutura de poder que procura se colocar acima da lei e das instituições jurídicas do Estado brasileiro. Tenta intimidar, coagir e ameaçar a qualquer um que se oponha aos seus interesses. Afronta de forma criminosa a principal côrte da nação!
Além disto, coloca sob suspeição todas as decisões e votos destes juízes a partir desta possível ação do procurador Dallagnol. Quem garante à sociedade que estes votos não estariam sujeitos à ação de chantagistas? Quem garante que as decisões não se submetem ao silêncio daqueles que controlam os "dossiês"?
Em fevereiro o juiz Gilmar Mendes já havia declarado à revista ÉPOCA que um juiz do STF estava sendo chantageado por uma importante ação investigativa do país:
"A toda hora plantavam e plantaram que esse ministro estava delatado. Qual a intenção? Isso é uma forma de atemorizar, porque essa gente perdeu o limite. Este ministro ficou refém deles."
Enquanto as denúncias se referiam às investigações do MP e às decisões de Sergio Moro no processo que condenou Luis Inácio Lula da Silva, o CNJ ( Conselho Nacional de Justiça) não teve interesse em investigar se elas poderiam efetivamente ser verdadeiras. Será que agora que elas dão conta da criação de um Estado dentro do Estado elas serão investigadas?
Enquanto isto o procurador Deltan Dallagnol teria dito que "in Fux we trust", "a ha u hu o Fachin é nosso" e teria sido recebido em petit comité para encontros e coquetéis em casa de meritíssimos.
Só resta ao CNJ estabelecer imediatamente uma honesta e profunda investigação sobre as denúncias do INTERCEPT que envolvem Sergio Mor e Deltan Dallagnol e afasta preventivamente a ambos de suas atuais funções ou assumimos que o judiciário brasileiro se transformou em uma ópera bufa.
Colaboração. Professor Marcos Rodrigues - RJ