N2

07/08/2019
Foto Divulgação/Arquivo Internet
Foto Divulgação/Arquivo Internet

Enquanto por algumas horas o vereador se achava presidente, o presidente declarava com toda a rispidez que lhe é peculiar a jornalista que cobria a inauguração da usina solar em Sobradinho na Bahia. "Vamos parar com essa bobagem, a campanha acabou para a imprensa. Eu ganhei! A imprensa tem que entender que eu ganhei. Eu, Johnny Bravo, Jair Bolsonaro, ganhou, porra! Ganhou, porra! Vamos entender isso" dizia aos berros. O momento de irritação aconteceu depois de ter sido novamente questionado sobre a indicação do filho, a embaixada dos Estados Unidos. Aqui volto a dizer que o problema em questão, não esta no fato do indicado ser ou não seu filho, a questão é que o indicado é completamente desqualificado para ocupar o cargo. Isso seria facilmente comprovado se a sabatina do candidato no senado fosse isenta (o que infelizmente não será), em uma entrevista a jornalista Leda Nagle, Bolsonaro utilizou de ironia para justificar as acusações de nepotismo na indicação de Eduardo. "Tem que ser filho de alguém, então por que não pode ser meu?", questionou. Na mesma entrevista o presidente deixa um claro sinal de alerta, dizendo que, "não há mais liberdade no país" e "não se pode mais fazer piada no Brasil" (rede Globo que se cuide). Vêm tempos difíceis por aí! A caçada a imprensa já começou. A caneta do presidente editou uma Medida Provisória que circulou ontem no Diário Oficial da União, que desobriga as empresas a veicular publicidade legal em jornais de grande circulação. A MP estabelece que a publicidade legal (atas, editais, balanços, súmula e leilão, entre outros), a partir de agora, pode ser publicada apenas nos sites da CVM, da Bolsa de Valores e da própria empresa. Alguns grandes jornais têm nestas publicações 40% de suas receitas.