Uma justiça Injusta

19/08/2019

Continuando a série de reportagens da vaza jato, o jornal The Intercept e a Folha de São Paulo, mostraram conversas entre procuradores da Operação Lava-Jato e o então chefe de inteligência da Receita Federal em Curitiba, Roberto Leonel, que hoje é chefe do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), levado ao cargo pelo ministro Sérgio Moro, quando acreditava que o órgão ficaria na sua pasta. Na conversa o claro pedido por informações e divulgação de dados sigilosos de algumas pessoas que não estavam oficialmente sendo investigados pela força tarefa. É possível ver por pelo menos três vezes os procuradores entre eles Deltan Dallagnol consultando Leonel para conseguirem dados extras oficiais referentes a funcionários do ex-presidente e de sua vida privada. Em uma das transcrição aparece a seguinte solicitação. " Leonel boa noite, se possível, tentar ver dps se os seguranças do LULA adquiriram geladeira e fogão da marca BRASTEMP no ano de 2014 que foram parar no apartamento", disse Athayde em um grupo responsável pelas investigações do triplex no Guarujá. Após ser repreendido por seu chefe, Leonel pede para Dallagnol que "delete o assunto por enquanto". O programa de regularização de ativos foi discutido novamente em outra conversa. Nela, Dallagnol pergunta se Roberto pode consultar alguns nomes assegurando que "o Paulo não tenha acesso". O pedido, porém, é inviabilizado por Leonel. É o mais completo aparato fazendo no Brasil uma Justiça Injusta.

Fonte: Último Segundo - iG