Novo PGR será um especialista em blindagem

20/08/2019

É muito sério. Os bastidores deste governo está cada dia mais parecido com o reino da Dinamarca que como já se dizia na tragédia Hamlet "a algo de podre no reino da Dinamarca". O presidente ignorou os nomes da lista tríplice que lhe foi indicada e mais uma vez usando do discurso que "eu que mando" decidiu que o novo PGR a ocupar a vaga deixada por Raquel Dodge, será Antonio Carlos Martins. Fora da lista a sugestão do nome de Soares partiu do criminalista Frederick Wassef, que defende o senador Flávio Bolsonaro e segundo fontes, o principal responsável pela escolha. Somada às mudanças que o presidente Bolsonaro anunciou na Receita Federal e no Coaf, esse escolhido chega a PGR com a missão de blindar o clã bolsonaro. Sem dúvida, de acordo com um um ex-juiz federal que disse conhecer bem a Procuradoria-Geral da República, se Bolsonaro optar por escolher um nome fora da lista tríplice ou sem alguma conexão com o restante do MPF, "o cenário mais provável é o de 'ingovernabilidade, com diversos grupos se digladiando diante de um procurador-geral sem um mínimo de autoridade" e que já teve seu nome envolvido em uma acusação de falsificação de assinatura em um documento, a denúncia só não foi a frente em razão de prescrição de prazo. O que pouco importa ao presidente, desde que seu autoritarismo seja mantido e o seu clã protegido.