Para fazer sentido, só queremos saber qual o critério

25/06/2019
Foto Divulgação/Arquivo Internet
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Todo processo parte de uma regra específica para nortear as ações, é assim que deveria ser. Entretanto esta lógica está longe de ser uma norma atualmente. Se tomarmos por exemplo a ânsia por privatização do ministério do ministro Guedes, a Caixa Econômica Federal, na mira das privatizações do governo Jair Bolsoanro, reportou lucro líquido contábil de R$ 3,92 bilhões para o primeiro trimestre, alta de 22,9% em relação ao mesmo período de 2018; carteira de crédito, porém encolheu 1,2% em razão da queda nos empréstimos corporativos e para pessoas físicas. Em um comunicado, o banco estatal disse que sua carteira de crédito encolheu 1,2% nos primeiros três meses do ano, para 685,8 bilhões de reais em razão da queda nos empréstimos corporativos e para pessoas físicas, o que é motivado pelo alto índice de desemprego. As unidades de seguros da Caixa também apresentaram lucros e segundo seu novo presidente-executivo a estatal já planeja vender ativos para devolver fundos ao governo, reduzindo a dívida pública. Os déficits provocados pelas provisões para devedores duvidosos diminuíram 24,4% em relação ao ano anterior, para 2,8 bilhões de reais, e os empréstimos com atraso superior a 90 dias atingiram 2,5%, queda de 0,4 ponto percentual em 12 meses. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) - um indicador de rentabilidade - ficou em 15,8%, ligeiramente abaixo do trimestre anterior.

Os Correios e Telégrafos outra estatal na mira das privatizações, reduziu um defict de de cerca de R$1 milhão em 2017 em prejuízos para um lucro líquido de R$ 163 milhões em 2018, que poderá subir ainda mais agora em 2019, com a melhoria da eficiência, ganho de qualidade e adequação da política comercial, as receitas da companhia postal subiram R$ 800 milhões na comparação ao mesmo período de 2017. O novo presidente da estatal assume com o discurso que recebeu a missão de "fortalecer" a empresa, mas disse que a ideia de privatizá-la ainda está sendo estudada. Vale lembrar que o ex presidente foi demitido porque era frontalmente contra a proposta de privatização Atualmente segundo pesquisa interna realizada diariamente pela própria instituição, o IEPe (Índice de Entrega no Prazo de encomendas), em agosto de 2017 os índices eram de 88,27%, em agosto de 2018 passou para 96,83%, o que significa que menos de quatro em cada 100 encomendas não é entregue no prazo.

A Petrobras, teve lucro líquido de R$ 4,031 bilhões no primeiro trimestre deste ano de 2019. O desempenho no período representou uma queda de 42% na comparação com o mesmo período de 2018. Em relação ao quarto trimestre do ano passado, quando a estatal teve lucro de R$ 2,102 bilhões, os números dos primeiros três meses de 2019 representaram um crescimento de 92% (quase o dobro do percentual do lucro líquido do trimestre 2018). Assim como os correios haverá a remuneração dos dividendos aos acionistas. Daí não termos a mínima ideia de qual a lógica utilizada, quando se fala em privatizações, estes são somente alguns exemplos de estatais com superávit que inexplicavelmente estão na lista do governo. Como vimos dizendo ao longo de nossas reportagens, não podemos nem expressar opiniões, se não temos dados suficientes para tal. O que todos nós brasileiros gostaríamos, é de uma resposta clara, logica e objetiva da equipe econômica do governo. "Quais os critérios na avaliação de quem merece ou não ser privatizada?" lembramos resposta clara, lógica e objetiva se isso for possível.