A volta da Capitalização

11/08/2019

Debaixo do angu do governo, sempre tem muito caroço. Nem chegou a esfriar a aprovação em segunda votação do texto da reforma da previdência na câmara e o governo já prepara para reenviar uma PEC que institui o sistema de capitalização na previdência pública, posto de fora do texto aprovado. O velho discurso vem reforçado de que a capitalização é uma espécie de poupança que o trabalhador faz para garantir a aposentadoria no futuro, seja bastante sincero...se eu e você pudéssemos poupar alguma coisa para nosso futuro, teria necessidade de uma Proposta de Emenda à Constituição?. Pela proposta o dinheiro é investido individualmente, ou seja, não se mistura ao dos demais trabalhadores. O modelo de previdência em vigor atualmente é o de repartição, no qual quem contribui paga os benefícios de quem já está aposentado, bla, bla bla. Segundo o ministro Onyx Lorenzoni a PEC da capitalização deve chegar à Câmara antes mesmo de o plenário do Senado votar a reforma da Previdência. Como a reforma da previdência so deve chegar no senado em meados de setembro Onyx diz que "Eu particularmente tenho uma conversa com o ministro Paulo Guedes [da Economia] para exatamente tratar disso. Ela [a capitalização] virá numa PEC especial, com todo detalhamento, porque ali está o grande futuro do Brasil, não apenas na questão previdenciária, mas preponderantemente como instrumento de alavanca de ampliar a poupança interna". Sem querer ser pessimista nem olhando para o quintal do vizinho, onde a capitalização fracassou, olho para nossa realidade, vislumbro o seguinte quadro. A grande maioria dos brasileiros tentam se manter no emprego. os que têm emprego, com a esperança de uma aposentadoria exatamente pelo sistema de repartição. Ajudo a pagar dos aposentados de hoje, para que alguém ajude a minha amanhã, o que falta então para o sistema funcionar e mais emprego. Como podemos ver um trabalhador com um salário base de R$ 1.040 em 2020, capitalizando parte disso. O problema do sistema de repartição senhores está nos mais de 12 milhões de desempregados, alguns podem dizer que isso é reflexo de uma população despreparada (alguns chegam a dizer que o brasileiro e preguiçoso). Mas os números do IBGE dizem que a população de desalentados (aqueles que desistiram de procurar emprego) aponta que mais de 1,27 milhão são de trabalhadores bem qualificados, em plena idade produtiva, que caíram no desalento de setembro 2014 até junho passado. O porcentual de brasileiros mais escolarizados que desistiram de buscar um emprego começou a crescer em 2015 e avança continuamente, sete pontos percentuais em média a cada ano.