TSE espreme laranjas do PSL

20/09/2019

O Tribunal Superior Eleitoral pode desferir nas próximas semanas, um duro golpe ao PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, que certamente refletirá na política do governo. A algum tempo a bandeira anticorrupção, mote de campanha do governo e seu partido, está a meio mastro. Com a decisão do TSE de cassar seis vereadores no Piauí por terem fraudado a cota para candidaturas femininas nas eleições municipais do estado, o fato pode desencadear um efeito cascata em outros estados e na câmara federal. Se isso acontecer, de cara o PSL perde sete deputados, seis em minas e presidente do partido em Pernambuco. O partido é acusado de preencher os 30% da cota feminina com candidatas fantasmas ou laranjas. De acordo com o que já foi apurado pela Polícia Federal, em Pernambuco Luciano Bivar teria apoiado o repasse de R$ 400 mil em verbas do fundo partidário para uma candidata "laranja" em Pernambuco. Maria de Lourdes Paixão, 68 anos, teria sido a terceira maior beneficiada com verba do PSL em todo o País. Gustavo Bebianno teria autorizado o repasse. Também no estado, Bebianno liberou R$ 250 mil de verba pública para a campanha de uma ex-assessora, que repassou parte do dinheiro para uma gráfica registrada em endereço de fachada. A gráfica é a mesma usada por Maria de Lourdes. Érika Siqueira Santos, que trabalhou como assessora do partido diretamente com o ministro até agosto, foi candidata a deputada estadual no estado e conseguiu 1.315 votos. Ela foi a oitava pessoa que mais recebeu dinheiro do PSL nacional em todo o país. Em Minas Gerais, o titular da pasta do Turismo, deputado federal mais votado no estado, teria patrocinado um esquema de candidaturas laranjas com verba pública da legenda. As quatro candidatas receberam R$ 279 mil. Pelo menos R$ 85 mil foram destinados a quatro empresas de assessores, parentes ou sócios de assessores de Álvaro Antônio. Juntas, as quatro candidaturas somaram apenas cerca de 2 mil votos. O ministro negou irregularidades e afirmou que "a distribuição do fundo partidário do PSL de Minas Gerais cumpriu rigorosamente o que determina a lei".